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Revista Brasileira de Reumatologia 卷:49
Frequência de autoanticorpos e dosagem de complemento sérico em pacientes com diagnóstico de leishmaniose cutânea ou visceral Frequency of autoantibodies and serum complement levels in patients with visceral or cutaneous leishmaniasis
关键词: autoanticorpos;    dosagem de complemento;    leishmaniose visceral;    leishmaniose tegumentar;    lúpus eritematoso sistêmico;    autoantibodies;    complement levels;    visceral leishmaniasis;    cutaneous leishmaniasis;    systemic lupus erythematosus;   
DOI  :  10.1590/S0482-50042009000500005
来源: DOAJ
【 摘 要 】

INTRODUÇÃO: A leishmaniose é uma doença infecciosa crônica que pode variar de um espectro que inclui o acometimento cutâneo isolado com manifestação oligossintomática até o acometimento sistêmico com manifestações clínicas importantes. O desenvolvimento de infecção em cada tipo de leishmaniose (visceral ou tegumentar) depende da interação complexa e intrigante entre os fatores de virulência do patógeno e a resposta imunológica do hospedeiro. Análises de soros de pacientes infectados por Leishmania demonstraram a existência de autoanticorpos contra componentes celulares e humorais, além de imunocomplexos circulantes e anticorpos contra a imunoglobulina G (fator reumatoide). Pacientes com leishmaniose visceral podem apresentar sintomas que mimetizam o quadro clínico encontrado em pacientes com diagnóstico de Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), dificultando o diagnóstico precoce e tratamento. OBJETIVOS: Identificar o perfil de autoanticorpos e a dosagem de complemento em pacientes com diagnóstico de leishmaniose visceral ou tegumentar e correlacionar o quadro clínico destes pacientes com o de pacientes com diagnóstico de LES. MÉTODOS: Pesquisou-se a ocorrência de autoanticorpos e dosagem de complemento no soro de 90 pacientes, sendo 45 deles com leishmaniose visceral e 45 com a forma tegumentar. RESULTADOS: Os autoanticorpos estatisticamente significativos presentes nos pacientes com leishmaniose visceral foram: Fator Antinuclear (FAN) positivo (4,4%) ou em baixa titulação (8,9%) e anticorpo anticardiolipina do tipo IgG positivo (17,8%) ou indeterminado (8,9%). Encontrou-se, ainda, diminuição do complemento sérico C3 em 17,8% dos pacientes e anticorpo anti-Leishmania positivo > 1/80 em todos os pacientes com leishmaniose visceral. CONCLUSÕES: A forma visceral da leishmaniose pode correlacionar-se positivamente com a presença de autoanticorpos, possivelmente pelo desencadeamento de uma resposta sistêmica predominantemente humoral do tipo Th2, constituindo-se em diagnóstico diferencial obrigatório com LES, principalmente nas áreas endêmicas.
INTRODUCTION: Leishmaniasis is a chronic infectious disease whose spectrum can vary from isolate cutaneous involvement with oligosymptomatic manifestations to systemic involvement with clinically important manifestations. The development of the infection of each type of leishmaniasis (visceral or cutaneous) depends on a complex and intriguing interaction between virulence factors of the pathogen and the immune response of the host. Analysis of sera of with Leishmania infection demonstrates the presence of autoantibodies against cellular and humoral components, besides circulating immune complexes and anti-IgG antibodies (rheumatoid factor). Patients with visceral leishmaniasis can present symptoms that mimic Systemic Lupus Erythematosus (SLE), hindering early diagnosis and treatment. OBJECTIVES: To identify the profile of autoantibodies and complement levels of patients with visceral or cutaneous leishmaniasis and to correlate their clinical presentation to those of patients with SLE. METHODS: The presence of autoantibodies and complement levels of 90 patients, 45 with visceral leishmaniasis and 45 with cutaneous leishmaniasis, was determined. Results: The presence of statistically significant autoantibodies in patients with visceral leishmaniasis included: antinuclear antibody (ANA), positive (4.4%) or in low titers (8.9%), and IgG anticardiolipin antibody, positive (17.8%) or undetermined (8.9%). A reduction in C3 levels was also seen in 17.8% of the patients and anti-Leishmania antibodies > 1/80 in all patients with visceral leishmaniasis. CONCLUSIONS: Visceral leishmaniasis can have a positive correlation with the presence of autoantibodies, possibly by triggering a predominantly humoral, systemic, type Th2 response, representing an obligatory differential diagnosis with SLE, especially in endemic areas.

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