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Revista Brasileira de Reumatologia
Relato inusitado de micro-organismos latentes em animais: riscos à pesquisa e à saúde dos funcionários?
Natalino Hajime Yoshinari2  Silvio Arruda Vasconcelos1  Arary Da Cruz Tiriba1  Giancarla Gauditano1  Elenice Mantovani1  Virgínia Lúcia Nazário Bonoldi1 
[1] ,Universidade de São Paulo Faculdade de Medicina
关键词: espiroqueta;    espiroqueta-símile;    bactéria forma L;    Mycoplasma;    síndrome brasileira semelhante à doença de Lyme;    síndrome Baggio-Yoshinari;    Borrelia;    micro-organismo latente;    Centro de Bioterismo;    animais de experimentação;    Brasil;    spirochete;    spirochete-like;    L-form bacteria;    Mycoplasma;    Lyme-like disease;    Baggio-Yoshinari syndrome;    Borrelia;    latent microorganism;    Vivarium;    laboratory animals;    Brazil;   
DOI  :  10.1590/S0482-50042009000500004
来源: SciELO
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【 摘 要 】

Relata-se inusitado achado de micro-organismos, semelhantes às espiroquetas, móveis e de diferentes morfologias e tamanhos, identificados pela microscopia de campo escuro, no sangue de animais do Centro de Bioterismo da Faculdade de Medicina da USP. As bactérias não crescem em meios habituais de cultivo, são pouco coradas pelo Giemsa e derivados da prata, e as provas sorológicas e moleculares foram negativas para Borrelia e Leptospira. A microscopia eletrônica revelou presença de micro-organismos com morfologia de Mycoplasma e, devido à sua mobilidade, sugeriu-se a presença de Mollicutes do gênero Spiroplasma. Visualizaram-se micro-organismos com mesmas características em 15 dos 26 funcionários (57,6%) do Centro de Bioterismo da FMUSP; contudo, exames clínicos e laboratoriais indicaram que os indivíduos estavam saudáveis. Estudos adicionais desenvolvidos na Disciplina de Reumatologia da FMUSP mostraram que, aproximadamente, 94% dos pacientes com Síndrome Baggio-Yoshinari (SBY) e 20% dos indivíduos normais também exibiam as mesmas estruturas identificadas no Centro de Bioterismo. A microscopia eletrônica realizada com amostras de pacientes com SBY mostrou bactérias que apresentam semelhanças com Mycoplasma, Chlamydia e Bacteroides. Visto que as sorologias e os testes moleculares foram negativos para estes contaminantes e com base em publicações da literatura médica, sugeriu-se que estes agentes infecciosos latentes fossem bactérias na sua apresentação L, que são definidas como bactérias despojadas de parede celular, assumindo, assim, morfologia de Mycoplasma, sendo, na maioria dos casos, inofensivas aos hospedeiros. Concluímos que os "espiroquetídeos" visualizados em animais e funcionários do Centro de Bioterismo seriam bactérias na forma L, não patogênicas, provenientes de contaminantes do meio ambiente, infecções regulares habituais ou oriundos de micro-organismos endógenos da flora saprofítica normal. Ao contrário, os "espiroquetídeos" identificados na SBY, ao preservarem a capacidade de invadir células in vitro, são potencialmente patogênicos e relacionados com a etiologia da SBY. Interpretamos a SBY como zoonose nova e particular ao território brasileiro, causada por espiroquetas adaptadas às formas latentes, possivelmente provenientes de mutações bacterianas em resposta às condições ecológicas e geográficas próprias do país.

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