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Revista da Associação Médica Brasileira
Novos conhecimentos sobre a flora bacteriana vaginal
Iara Moreno Linhares2  Paulo Cesar Giraldo1  Edmund Chada Baracat1 
[1] ,Universidade de São Paulo Faculdade de Medicina Setor de Imunologia Genética e Infecções do Trato ReprodutivoSão Paulo SP
关键词: Amplificação de genes;    Lactobacillus;    Gardnerella vaginalis;    Candidíase vulvovaginal;    Imunidade inata;    Polimorfismo genético;    Gene amplification;    Lactobacillus;    gardnerella vaginalis;    Candidiasis vulvovaginal;    Immunity innate;    Polymorphism;    Genetic;   
DOI  :  10.1590/S0104-42302010000300026
来源: SciELO
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【 摘 要 】

O objetivo desta revisão foi apresentar os novos conhecimentos sobre o ecossistema vaginal, enfatizando os métodos não cultiváveis de identificação microbiana (amplificação de genes), as várias espécies de Lactobacillus que podem compor a flora vaginal e a interação desta com os mecanismos locais de imunidade inata e adquirida, dependentes dos constituintes genéticos. Foram pesquisados no Medline (Pubmed) os artigos relacionados ao tema publicados entre 1997 e 2009, selecionando-se apenas os considerados relevantes. A utilização de técnicas não cultiváveis (técnicas de amplificação de genes) tem possibilitado o melhor conhecimento sobre a composição do ecossistema vaginal. Na maioria das mulheres no menacme predominam na vagina uma ou mais espécies de Lactobacillus: L. crispatus, . L. inners e L gasseri. Entretanto, em outras mulheres aparentemente saudáveis pode haver deficiência ou mesmo ausência de Lactobacillus, que são substituídos por outras bactérias produtoras de ácido lático: espécies de Atopobium, Megasphaera e/ou Leptotrichia. A infecção e/ou a proliferação de bactérias patogênicas na vagina são suprimidas pela produção de ácido lático, por produtos gerados pelas bactérias e pela atividade local das imunidades inata e adquirida. As células epiteliais vaginais produzem diversos componentes com atividade antimicrobiana. Tais células ainda possuem receptores de membrana ("Toll-like receptors") que reconhecem padrões moleculares associados aos patógenos. O reconhecimento leva à produção de citocinas proinflamatórias e à estimulação da imunidade antigenoespecífica. A produção de anticorpos IgG e IgA também pode ser iniciada na endocérvice e na vagina em resposta à infecção. Conclui-se que a composição da flora vaginal e os mecanismos de imunidade representam importantes mecanismos de defesa. Os critérios de "flora normal" e "flora anormal" devem ser revistos; os polimorfismos genéticos podem explicar variações na composições da flora. Ressalta-se a necessidade de que tais conhecimentos sejam incorporados à pratica clínica do ginecologista e obstetra para o aprimoramento do cuidado às pacientes.

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