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Quimica nova
Chemical constituents from roots of Pyrostegia venusta and considerations about its medicinal importance
Houghton, Peter J.
1
  Ferreira, Dalva Trevisan
2
  Alvares, Paulo Sérgio M.
2
  Braz-Filho, Raimundo
3
 
[1] London University, London;Universidade Estadual de Londrina, Londrina;Universidade Estadual do Norte Fluminense, Campos
关键词:
Pyrostegia venusta
;
Bignoniaceae
;
allantoin
;
steroids
;
hesperedin.  
;
 
;
INTRODUÇÃO O gênero Pyrostegia Presl.
;
família Bignoniaceae
;
é representado na América do Sul tropical por um máximo de quatro espécies. A espécie Pyrostegia venusta (Ker.) Miers (sinonímia Pyrostegia ignea e Bignonia venusta)
;
conhecida popularmente como cipó ou flor de São João
;
é uma liana trepadeira com expressiva dispersão em quase todo o sul do Brasil
;
sendo encontrada nas orlas das matas
;
nos campos
;
no litoral e na beira das estradas1. Esta planta é invasora de pastos
;
onde foram registrados casos de envenenamento de bovinos após a sua ingestão2. As suas flores são utilizadas na medicina popular para tratamento de manchas brancas no corpo (leucoderma
;
vitiligo)3. O caule é utilizado como tônico
;
antidiarréico e na confecção de cestos. Trata-se de uma planta ornamental que se multiplica rapidamente
;
servindo para revestir muros e caramanchões. A literatura não registra estudo químico das raízes de Pyrostegia venusta
;
encontrando-se relatados estudos fitoquímicos das flores e do caule. Estudos do néctar das flores conduziram ao isolamento de aminoácidos e de açucares4
;
5. Das flores foram isolados b-sitosterol
;
n-hentriacontano (n-C31H64)
;
7-O-b-D-glicopiranosilacacetina e meso-inositol (myo-inositol)6. Um artigo avaliando o estudo de 40 espécies de Bignoniaceae
;
entre elas a Pyrostegia venusta
;
revelou resultados uniformes e compatíveis com a presença de fenóis livres e grupos siringila7. O padrão floral contendo antocianinas exibe pequena variação nas plantas da família Bignoniaceae8. Duas teses de Mestrado descreveram resultados sobre o padrão de floração associado à biologia e reprodução1 e palinológicos (estudo do polén)9 da espécie Pyrostegia venusta. O estudo químico das raízes de Pyrostegia venusta foi desenvolvido em continuidade à investigação fitoquímica que vem sendo realizada com a família Bignoniaceae. O extrato etanólico das raízes forneceu quatro substâncias
;
que foram identificadas com base na interpretação de dados espectrais
;
principalmente RMN1H e 13C
;
como alantoína (1)
;
os esteróides b-sitosterol (2) e 3b-O-b-D-glicopiranosilsitosterol (3) e a flavanona hesperidina (4). Os dados de RMN uni- (1D) e bidimensional (2D) do derivado peracetilado 4a foram usados para a confirmação estrutural
;
atribuição dos deslocamentos químicos dos átomos de hidrogênio (dH) e carbono (dC). Assim
;
RESULTADOS E DISCUSSÃO A alantoína (1) foi isolada de precipitado fornecido pelo extrato bruto e das frações cromatográficas 607
;
614
;
629 e 631 eluidas com CH2Cl2-AcOEt (2:8). Este constituinte foi identificado com base nos dados espectrais (DMSO-d6) de RMN1H e 13C comparados com valores descritos na literatura10. O espectro de RMN1H revelou três singlêtos largos correspondentes aos grupos HN-1 (dH 10
;
54)
;
HN-3 (dH 8
;
05) e H2N-8 (dH 5
;
82) e dois sinais duplos (J=8
;
1 Hz) em dH 6
;
91 e 5
;
21 representantes dos hidrogênios HN-6 e H-5
;
respectivamente. O espectro bidimensional (2D) de correlação homonuclear 1Hx1H-COSY apresentou picos transversais correspondentes aos acoplamentos vicinais entre H-5 e HN-6 e tipo W entre H-5 e HN-3
;
em acordo com uma conformação inserindo estes átomos de hidrogênio num mesmo plano (1). A ausência de pico correspondente à interação spin-spin de H-5 (dH 5
;
21) e HN-1 (dH 10
;
54) sugere conformação mantendo ângulo diedro em torno de 90o entre estes átomos de hidrogênio
;
já que parece improvável a existência de troca química do hidrogênio do HN-1 (ponte de hidrogênio intramolecular com o átomo de oxigênio do grupo carbonílico localizado no carbono C-7) no solvente utilizado (DMSO-d6
;
ainda sem H2O)
;
como evidenciado pela interação do HN-6 (sem troca química) e H-5 (Vide supra). O espectro de RMN13C apresentou três sinais correspondentes a átomos de carbono dos grupos carbonílicos C-2 (dC 157
;
7)
;
C-4 (dC 173
;
4) e C-7 (dC 156
;
7) e um de carbono metínico em dC 62
;
65 atribuído ao CH-5. Estes dados espectrais revelaram-se em pleno acordo com valores descritos na literatura10. O b-sitosterol (2) foi isolado da fração cromatográfica 33-46 eluida com hexano. A identificação deste esteróide foi realizada por comparação direta com amostra autêntica. A fração cromatográfica 486 eluida com CH2Cl2 forneceu o 3b-O-b-D-glicopiranosilsitosterol (3)
;
que foi caracterizado com base nos dados espectrais de RMN1H e RMN13C
;
envolvendo principalmente a comparação dos dC dos átomos de carbono com valores descritos na literatura11. A flavanona hesperidina (4
;
7-O-b-D-rutinosil-3'
;
5-diidroxi-4'-metoxiflavanona) foi isolada pura (menor quantidade
;
fração 622) e em uma mistura com alantoína (1). A estrutura deste flavonóide foi identificada com base nos dados fornecidos pelos espectros de RMN1H e 13C (PND e DEPT). A confirmação desta estrutura foi obtida através de comparação dos deslocamentos químicos com valores descritos na literatura para os átomos de hidrogênio12 e carbono13 (Tabela 1)
;
após a superação de obstáculos produzidos pela existência na literatura de estrutura errada usando o nome correto (Vide infra). Esta situação encontrada na literatura conduziu-nos para uma análise espectral mais detalhada e exigiu a preparação do derivado peracetilado 4a para confirmação estrutural. 
;
A presença do anel A 5
;
7-dioxigenado foi reconhecida pelos dois singletos largos em dH 6
;
05 (H-6) e 6
;
91 (H-8) revelados pelo espectro de RMN1H de 4 em DMSO-d6. O sinal do grupo metoxila foi observado em dH 3
;
85 (s). Os sinais em dH 4
;
50 (s) e 4
;
98 (d
;
J=8
;
0 Hz) foram atribuidos aos hidrogênios anoméricos H-1''' e H-1''
;
respectivamente. O sinal múltiplo entre dH 6
;
95 - 6
;
75 foi correlacionado com os hidrogênios aromáticos H-2'
;
H-5' e H-6'
;
sugerindo anel B 3'-hidroxi-4'-metoxi- ou 4'-hidroxi-3'-metoxi-. Outros sinais observados no espectro foram correlacionados com HO-3' (dH 9
;
10)
;
HO-5 (dH 12
;
00
;
hidroxila quelatogênica)
;
H-2 (dH 5
;
50
;
dl
;
J=9
;
0 Hz)
;
2H-3 (dH 2
;
50 - 2
;
90
;
m)
;
3H-6''' (dH 1
;
10
;
d
;
J=6
;
8 Hz) e os demais hidrogênios carbinólicos da unidade glucosídica entre dH 3
;
20 - 3
;
90. A principal dificuldade enfrentada para caracterizar a estrutura deste flavonóide glucosilado
;
utilizando principalmente os dados de RMN13C (Tabela 1)
;
envolveu a confirmação dos grupos hidroxílicos e metoxílicos nos átomos de carbono C-3' e C-4'
;
podendo a aglicona correspondente ser caracterizada hesperetina (5
;
3'
;
5
;
7-triidroxi-4'-metoxiflavanona) ou seu isômero homoeriodictiol (6
;
4'
;
5
;
7-triidroxi-3'-metoxiflavanona). A comparação dos dC (em DMSO-d6) dos átomos de carbono quaternários C-1' (dC 131
;
0)
;
C-3' (dC 146
;
1) e C-4' (dC 148
;
0) e metínicos CH-2' (dC 114
;
2)
;
CH-5' (dC 112
;
0) e CH-6' (dC 118
;
0) da flavanona glucosídica (Tabela 1) isolada de Pyrostegia venusta com dados descritos na literatura para a hesperidina13
;
14 revelou dados praticamente idênticos
;
sugerindo a mesma substância. No entanto
;
as estruturas incorporadas nas referências consultadas13
;
14 aparecem com anel B 4'-hidroxi-3'-metoxi- (em tabela contendo também o nome hesperedin13 ou a estrutura completa no próprio espectro14). Em outras palavras
;
os autores dos capítulos descritos nos livros citados13
;
14 utilizaram equivocadamente a unidade aglicônica homoeriodictiol (6) na estrutura da hesperedina
;
em desacordo com os dC C-1'
;
CH-2'
;
C-3'
;
C-4'
;
CH-5' e CH-6' compatíveis com os valores da aglicona hesperetina (5). Esta confusão foi esclarecida definitivamente após encontrar a estrutura correta da hesperidina (4)15
;
16 e das flavanonas hesperetina (5
;
3'
;
5
;
7-triidroxi-4'-metoxiflavanona
;
aglicona da hesperidina) e homoeriodictiol (6
;
4'
;
5
;
7-triidroxi-3'-metoxiflavanona)
;
inclusive os dados de RMN13C registrados em DMSO-d6 como solvente14
;
o mesmo solvente utilizado para obtenção do espectro do flavonóide glicosilado isolado da Pyrostegia venusta. A comparação dos valores dos dC dos carbonos C-1'
;
CH-2'
;
C-3'
;
C-4'
;
CH-5' e CH-6' permite assegurar a distinção entre os dois padrões de substituição 3'-hidroxi-4'-metoxi- e 4'-hidroxi-3'-metoxi- do anel B
;
como revelam os valores descritos para as flavanonas 5 e 6 em DMSO-d6 (Tabela 1). Com base na posição ocupada pelo grupo metoxila (carbono C-3' ou 4') pode-se verificar modificações significativas nos valores dos dC dos sinais correspondentes aos átomos de carbono C-1'
;
CH-2'
;
C-3'
;
C-4'
;
CH-5' e CH-6' das flavanonas 5 e 6: i) desproteção (maior dC) nos carbonos ipso [DdC = 147
;
5 (6) - 146
;
7 (5) = 0
;
8 ppm no C-3' e DdC = 148
;
1 (5) - 146
;
9 (6) = 1
;
2 ppm no C-4'
;
efeito b] e para [DdC = 131
;
4 (5) - 129
;
4 (6) = 2
;
0 ppm no C-1' e DdC = 119
;
6 (6) - 118
;
3 (5) = 1
;
3 ppm no CH-6'
;
atenuação do efeito mesomérico protetor devido a maior eletronegatividade do carbono em relação ao hidrogênio] e proteção (menor dC
;
efeito g) nos carbonos localizados em posição orto [DdC = 112
;
1 (5) - 115
;
2 (6) = - 3
;
1 ppm no CH-5' e DdC = 111
;
1 (6) - 114
;
3 (5) = - 3
;
2 ppm no CH-2']
;
ii) as diferenças intramoleculares observadas entre os dC CH-2' e CH-5' de 5 [DdC = 114
;
1 (CH-2') - 112
;
1 (CH-5') = 2
;
0 ppm] e 6 [DdC = 115
;
2 (CH-5') - 111
;
1 (CH-2') = 4
;
1 ppm] e C-3' e C-4' de 5 [DdC = 148
;
1 (C-4') - 146
;
7 = 1
;
4 ppm] e 6 [DdC = 147
;
5 (C-3') - 146
;
9 (C-4') = 0
;
7 ppm]. Dados adicionais referentes aos dC destes átomos de carbono nas flavanonas 7
;
8 e 9 (Tabela 1)
;
obtidos de espectros registrados em CDCl3 + MeOH-d4 (7) e CDCl3 (8 e 9)
;
permitem confirmar a validade destas deduções e servem também para a avaliação de efeito de solventes.Os dados de RMN1H e 13C obtidos de espectros uni- (1D: RMN1H
;
RMN13C-HBBD e RMN13C-DEPT) e bidimensionais [2D: 1Hx1H-COSY
;
1Hx13C-HMQC-1J CH
;
1Hx13C-HMBC-nJ CH (n=2 e 3) e 1Hx1H-NOESY] do derivado peracetilado 4a
;
registrados em aparelho que trabalha a 500 MHz para 1H e 125 MHz para 13C
;
permitiram confirmar definitivamente a estrutura 4 para a flavanona isolada de Pyrostegia venusta (Tabelas 2 e 3). A comparação dos espectros de RMN13C-HBBD (Hydrogen Broad Band Decoupled) e RMN13C-DEPT (Distortionless Enhancement by Polarization Transfer) foram usados para reconhecer os sinais correspondentes a átomos de carbono quaternários
;
metínicos
;
metilênicos e metílicos (Tabela 2). O espectro 1Hx13C-HMQC-1J CH [interação spin-spin de hidrogênio e carbono através de uma (1JCH) ligação] foi utilizado para a atribuição dos dH e dC de carbonos hidrogenados e o 1Hx13C-HMBC-nJ CH [n=2 e 3
;
interação spin-spin de hidrogênio e carbono através de duas (2JCH) e três (3JCH) ligações] dos quaternários e confirmação de hidrogenados (Tabela 2). Os dC dos átomos de carbono CH-2' (dC 121
;
2)
;
C-3' (dC 140
;
0)
;
C-4' (dC 151
;
6)
;
CH-5' (dC 112
;
5) e CH-6' (dC 124
;
9) de 4a (Tabela 2) caracterizaram a presença do grupo acetoxila no carbono C-3' (não em C-4')
;
já que os dC dos átomos de carbono localizados em posição orto (CH-2' e C-4') e para (CH-6') revelam claramente a atenuação do efeito mesomérico doador de elétrons do grupo acetoxila
;
como revela a comparação com os dC destes carbonos em 4 (Tabela 1). O dC do carbono CH-5' (dC 112
;
5)
;
meta em relação ao grupo acetoxílico
;
não revelou modificação significativa como previsto (Tabelas 1 e 2). O valor de J=11
;
1 Hz deduzido do sinal do H-2 (dH 5
;
41
;
dd
;
J=11
;
1 e 2
;
8 Hz) observado no espectro de RMN1H de 4a indica interação axial-axial e
;
consequentemente
;
pode-se postular a conformação 4b com H-2 em posição axial. 
;
O espectro 1Hx1H-NOESY de 4a (Tabela 3) revelou a interação espacial (dipolo-dipolo) dos hidrogênios metoxílicos MeO-4' (dH 3
;
81
;
s) e H-5' (dH 6
;
97
;
d
;
J=8
;
5 Hz)
;
confirmando que mantêm entre si relação orto
;
a presença de picos transversais correspondentes às interações espaciais (NOE) do H-1'' (dH 5
;
13) com H-6 (dH 6
;
28) e H-8 (dH 6
;
44) confirmaram a presença da unidade b-D-glicopiranosila (H-1'' em posição axial
;
dH 5
;
13
;
d
;
J=6
;
7 Hz) no átomo de carbono C-7 e permitiu postular a existência das duas conformações mostradas em 4/4a (duas formas topoméricas médias com interconversão lenta na escala de tempo da RMN)
;
que podem ser justificadas pela reduzida liberdade de rotação em torno da ligação entre o átomo de oxigênio do carbono C-7 e CH-1'' na temperatura e concentração usadas para registro do espectro
;
justificando-se também a presença de sinais correspondentes nas proximidades dos descritos na Tabela 2
;
a interação dipolar do hidrogênio H-1''' (dH 4
;
68) com os dois hidrogênios 2H-6'' (dH 3
;
80 e 3
;
60) confirmaram a localização da unidade a-L-ramnopiranosila no átomo de carbono CH2-6'' da unidade b-D-glicopiranosila
;
outras interações espaciais reveladas pelo espectro 1Hx1H-NOESY encontram-se resumidas também na Tabela 3. Com base no [a]D + 4
;
5 (c 1
;
76 em CHCl3) revelado pelo derivado acetilado 4a pode-se postular a configuração (-)-hesperedina (4) isolada de Pyrostegia venusta. Esta dedução baseou-se nos resultados de [a]D - 37
;
6 (c 1
;
8 em EtOH) para 5 e [a]D + 21
;
1 (c 1
;
28 em CHCl3) para seu derivado triacetilado16. Assim
;
a flavanona isolada de Pyrostegia venusta foi caracterizada definitivamente como (-)-hesperedina {4
;
7-O-rutinosil-3'
;
5-diidroxi-4'-metoxiflavanona = 7-O-[a-L-ramnopiranosil (1® 6)-b-D-glicopiranosil]-3'
;
5-diidroxi-4'-metoxiflavanona}
;
substância natural já descrita na literatura (vide infra) e registrada pela primeira vez neste artigo como bioproduzida por espécie da família Bignoniaceae. Esta substância natural (4)
;
[a]D - 47
;
3 (piridina)16
;
foi isolada de muitas espécies das famílias Rutaceae (e.g. Citrus spp e Roncinus trifoliata) e Labiatae (e.g. Mentha longifolia e Hussopus spp)15. Os flavonóides têm sido reconhecidos como responsáveis por atividade antialérgica
;
antiinflamatória
;
antiviral
;
antiproliferativa e anticarcerígena
;
além de afetar alguns aspectos do metabolismo de mamíferos17. Uma mistura de hesperetina (5) e homoeriodictiol (6)
;
conhecida como citrin
;
revelou atividade vitamínica
;
sendo por isto denominada vitamina P durante algum tempo17. Algumas indústrias farmacêuticas utilizam flavonóides puros
;
inclusive hesperedina (4)
;
isolados de citrus (citroflavonóides)18. Os resultados de estudo da relação estrutura - atividade de flavonóides como inibidores de xantina oxidase e eliminadores de superóxidos foram publicados recentemente19. O rendimento obtido de alantoína (6
;
89%)
;
isolando-se 6
;
30 g de 91
;
44 g de extrato bruto
;
revelou-se significativo quando comparado com o produzido pelas raízes e folhas da espécie Symphtum officinale (Linn.). Esta espécie
;
conhecida como confrei
;
é muito utilizada como fitofármaco
;
contendo como um dos princípios ativos a alantoína (1) numa concentração de 0
;
6 a 0
;
8%20
;
rendimento muito menor do que o encontrado nas raízes de Pyrostegia venusta. A alantoína (1) possui atividade antiinflamatória
;
antipéptica
;
antipsioríase
;
antiúlcera
;
imunoestimulante e queratolítica
;
além de ser muito utilizada em dermatologia21
;
22. Assim
;
a quantidade de alantoína (1) isolada das raízes da Pyrostegia venusta permite sugerir esta espécie vegetal como fonte natural para comercialização desta substância
;
além de possibilitar outras investigações práticas e científicas. As raízes desta planta poderiam ser testadas e utilizadas no tratamento do vitiligo
;
além de oferecer oportunidade adicional para investigar o seu provável mecanismo de ação. O vitiligo é uma doença que ocorre com frequência significativa e permanece ainda com a causa precisa desconhecida
;
podendo ocorrer com a participação de fatores genéticos
;
imunológicos e neurais na sua etiopatogenia23. Essa enfermidade apresenta-se também associada à falta de melanina
;
substância dependente da presença de melanócitos funcionais nos seres humanos24. A (S)-alantoina (1)
;
encontrada entre os metabólitos da Pyrostegia venusta
;
foi tambem isolada de Platamus orientalis16. O isolamento de 7-O-b-D glicopiranosilacacetina (10) e meso-inositol (11) das flores de Pyrostegia venusta6
;
também requer atenção especial dos pesquisadores envolvidos em investigações de atividade biológica de produtos naturais. A flavona acacetina
;
aglicona de 10
;
revelou atividade antiinflamatória
;
protetora capilar e espasmolítica16. Publicação relativamente recente17 relata a utilização clínica do meso-inositol (11) para minimizar neurite diabética e formação de catarata
;
sem revelar toxicidade. Investigações adicionais revelaram que esta substância natural também inibe a formação de adenoma (tumor geralmente benigno
;
formado pela proliferação dos elementos próprios de uma glândula) pulmonar em camundongas A/J17.  
;
EXPERIMENTAL Procedimentos experimentais gerais. Os espectros de RMN1H (200 e 500 MHz) e de 13C (50 e 125 MHz) uni- (1D) e bidimensional (2D) foram obtidos nos espectrômetros Bruker AC-200 e Avance DRX 500 existentes
;
respectivamente
;
no Curso de Pós-graduação em Química Orgânica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
;
Seropédica
;
Rio de Janeiro
;
e no Centro Nordestino de Aplicação e Uso da Ressonância Magnética Nuclear (CENAUREMN)
;
Universidade Federal do Ceará
;
Fortaleza
;
Ceará. Material vegetal. As raízes de Pyrostegia venusta foram coletadas por Celso Magri
;
na cidade de Cambé
;
Paraná
;
Brasil. A espécie foi identificada pela Professora Dra. M. C. Dias
;
Departamento de Biologia Animal e Vegetal da Universidade Estadual de Londrina
;
Londrina
;
Paraná
;
Brasil. Uma exsicata foi catalogada (FUEL - no 11599) e depositada no Herbário desse Departamento. Extração e isolamento de constituintes. As raízes (1
;
7 kg) foram secas em estufa (60o C)
;
trituradas e submetidas a extração exaustiva com etanol 95 % na temperatura ambiente. O solvente foi destilado em evaporador rotatório sob vácuo
;
obtendo-se 91
;
44 g de resíduo. O resíduo (91
;
44 g) foi cromatografado em coluna de sílica gel (274 g)
;
utilizando-se hexano
;
misturas de hexano-CH2Cl2 com polaridades crescentes
;
CH2Cl2
;
misturas de CH2Cl2-AcOEt com polaridades crescentes
;
AcOEt
;
misturas de AcOEt-MeOH com polaridades crescentes e MeOH como eluentes. Foram coletadas 1500 frações de 500 mL cada uma. O b-sitosterol (2
;
0
;
50 g)
;
p. f. 125oC
;
foi isolado das frações 33-46 eluídas com hexano. A fração 486
;
eluída com CH2Cl2-EtOAc(1:1)
;
forneceu 3 (1
;
10 g). As frações 607
;
614 (eluídas com CH2Cl2-AcOEt
;
2:8)
;
629 e 631 (eluídas com (AcOEt)
;
forneceram a alantoína (1
;
6
;
30 g)
;
p. f. 240oC. Da fração 622
;
eluída com AcOEt
;
foi isolada a hesperidina (4
;
1
;
03 g). A fração 623
;
eluida com AcOEt
;
forneceu uma mistura (1
;
02 g) contendo a alantoína (1) e a flavanona hesperidina (4). Derivado peracetilado 4a. O flavonóide 4 (20 mg) foi acetilado com anidrido acético (1
;
5 mL) na presença de piridina (1
;
5 mL) como usual para obter o derivado peracetilado 4a (18 mg)
;
após filtração em coluna de sílica gel.  
;
AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao CNPq
;
CAPES e PADCT/FINEP pelos auxílios e bolsas concedidas. Agradecemos também aos Professores Mário Geraldo de Carvalho
;
Curso de Pós-graduação em Química Orgânica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
;
Seropédica
;
Rio de Janeiro
;
e Edilberto Rocha Silveira
;
Centro Nordestino de Aplicação e Uso da Ressonância Magnética Nuclear (CENAUREMN)
;
Universidade Federal do Ceará
;
Fortaleza
;
Ceará
;
pela obtenção dos espectros de RMN uni- (1D) e bidimensionais (2D) e à Professora Telma L. G. Lemos
;
Curso de Pós-graduação em Química Orgânica
;
Universidade Federal do Ceará
;
Fortaleza
;
Ceará
;
pela leitura da rotação ótica específica.  
;
REFERÊNCIAS
;
DOI : 10.1590/S0100-40422000000100010
学科分类:化学(综合)
来源:
Sociedade Brasileira de Quimica
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【 授权许可】
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