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Função sexual e reprodutiva em receptoras de transplante hepático Sexual and reproductive function in female liver transplant recipients | |
关键词: Transplante de fígado; Tolerância ao transplante; Comportamento sexual; Comportamento reprodutivo; Gravidez; Liver transplantation; Transplantation tolerance; Sexual behavior; Reproductive behavior; Pregnancy; | |
DOI : 10.1590/S0004-28032004000100003 | |
来源: DOAJ |
【 摘 要 】
RACIONAL: Anormalidades na função sexual e reprodutiva são comuns em pacientes com hepatopatia crônica avançada e podem ser revertidas após transplante hepático bem-sucedido. OBJETIVO: Avaliar aspectos da função sexual e reprodutiva em mulheres submetidas a transplante de fígado no Serviço de Transplante Hepático do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR. PACIENTES E MÉTODOS: Entre setembro de 1991 e dezembro de 2001, 94 mulheres foram submetidas a transplante hepático. Vinte e oito delas (idade média 44,17 ± 13,60 anos) preencheram os seguintes critérios de inclusão: idade > 16 anos na época do transplante, sobrevida pós-transplante > 6 meses, estar em acompanhamento regular no Serviço na época do estudo e concordância em participar do mesmo. Os prontuários médicos foram revisados e as pacientes responderam a um questionário abordando padrão dos ciclos menstruais no pré e pós-transplante, gravidez no pós-transplante, métodos contraceptivos no pré e pós-transplante, freqüência de realização de citologia oncótica cervical no pré e pós-transplante, ocorrência de neoplasia ginecológica pós-transplante, além de questionário específico para o domínio da sexualidade no período pós-transplante. RESULTADOS: A mediana do tempo de seguimento pós-transplante das 28 pacientes foi de 36,5 meses (6-110 meses) e a principal indicação para o transplante foi cirrose associada à hepatite C (25%). Todas as pacientes apresentavam função normal do enxerto. Excluindo-se 6 pacientes em menopausa (natural ou cirúrgica), 13 das 22 pacientes (59,1%) com potencial de menstruar apresentavam amenorréia no ano anterior ao transplante. Dezenove dessas 22 pacientes (86,4%) reassumiram os ciclos menstruais após o transplante, com mediana de 1 mês pós-transplante (1 a 7 meses). Todas as pacientes com idade inferior a 45 anos voltaram a menstruar após o transplante. Quatro gestações bem-sucedidas ocorreram em três pacientes, sendo uma gestação gemelar. Cerca de 70% das transplantadas realizavam exame de citologia oncótica cervical pelo menos uma vez ao ano. Um caso de carcinoma adenoescamoso de endométrio foi identificado em uma paciente de 64 anos, 36 meses após o transplante, tratado cirurgicamente com sucesso. Cerca de 71,4% das pacientes referiram vida sexual ativa pós-transplante, sendo que 70% delas consideravam-na satisfatória. CONCLUSÕES: Após transplante hepático bem-sucedido, a maioria das mulheres em idade fértil reassumem os ciclos menstruais poucos meses após o transplante, tornando possível a ocorrência de gestações. Devido ao rápido retorno da libido e da fertilidade, as pacientes devem ser esclarecidas sobre métodos contraceptivos seguros após o transplante. A maioria das pacientes apresenta vida sexual ativa e satisfatória e realiza regularmente citologia oncótica cervical.
BACKGROUND: Abnormalities in sexual and reproductive functions are common in women with end-stage liver disease and may be reversible after liver transplantation. AIM: Evaluate sexual and reproductive function in female recipients of liver transplantation at the Federal University of Parana, Curitiba, PR, Brazil. PATIENTS AND METHODS: Between September 1991 and December 2001 94 women underwent liver transplantation at "Hospital de Clínicas" of the Federal University of Paraná. Twenty-eight female recipients (mean age 44,17 ± 13,60 years old) fulfilled the following inclusion criteria: age > 16 years at liver transplant, post-transplant survival > 6 months, be alive and in regular follow-up at our Institution during the period of the study, and agreed to participate of the study. Medical records were reviewed and all subjects were answered by a questionnaire covering the following issues: timing and pattern of menstruation before and after transplant, sexual activity and contraceptive practices before and after transplant, pregnancy after transplant, frequency of cervical cytology and occurrence of gynecological malignant neoplasia after transplant, and aspects of sexuality domain after liver transplantation. RESULTS: The median post-transplant follow-up was 36,5 months (range, 6 to 110 months) and the main indication for liver transplantation was hepatitis C (25%). All patients had normal liver function tests. Excluding six patients who underwent hysterectomy or were in postmenopausal period, 13 of 22 women (59,1%) reported amenorrhea in the year before transplantation. After liver transplantation, 19 of 22 patients (86,4%) promptly recovered menstrual function, after a median period of 1 month (range, 1 to 7 months). Normalization of menstrual function occurred in all women with age 45 or younger. About 71,4% of 28 women were sexually active after transplantation and 70% indicated satisfaction with their relationship. Four successful pregnancies (one gemelar) occurred in three patients and five healthy live-born infants have been delivered, all full term. Most of the patients had cervical cytology at least annually in the post-transplant period. One case of endometrial carcinoma was diagnosed in a 64 year old woman, three years after transplantation and was successfully treated by panhysterectomy. CONCLUSIONS: Most of female liver transplant recipients of child-bearing age recover menstrual function a few months after transplantation and successful pregnancy may occur. As libido and fertility return promptly after liver transplantation, patients should be counseled on safe contraception practices. Most of liver transplant recipients are sexually active and feel satisfied about their relationship. There is a good compliance of patients regarding screening for cervical neoplasm.
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