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Revista Subjetividades
Intolerância: Fronteiras e Psicanálise
Diego Amaral Penha1  Miriam Debieux Rosa2  Patrícia do Prado Ferreira3 
[1] Doutorando no Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo - Laboratório de Psicanálise e Sociedade.;Professora Livre-Docente no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo;Pós-Doutoranda no Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo - Laboratório de Psicanálise e Sociedade. Bolsa FAPESP (2015/15215-8);
关键词: intolerância;    política;    psicanálise;    ódio;    medo;   
DOI  :  10.5020/23590777.rs.v18iEsp.6739
来源: DOAJ
【 摘 要 】

Vivemos em um tempo em que o mal-estar se radicaliza e se expressa em manifestações de intolerância. Buscamos sustentar a intolerância como fruto do mal-estar presente na constituição das fronteiras nos campos social e subjetivo e nos modos de circulação entre territórios. Há na intolerância uma posição do sujeito pautada pela ignorância consentida das complexidades em jogo - sociais, políticas, históricas, culturais, linguísticas ou psíquicas. Nessa operação, há um tripé: a paranoia como matriz do conhecimento da lógica liberal, que mantem o imaginário de uma sociedade sob ameaça e incita o medo da alteridade como afeto político central e o ódio como coadjuvante. Em uma lógica identitária, que se presta a certa ‘obturação’ da aventura do desejo, o outro se torna sinônimo de inimigo ou objeto de uma indiferença radical que preconiza o seu desaparecimento. A ignorância obscurece a ambivalência que está no cerne do sujeito e da agressividade que habita cada um. Mas, se de um lado, o ódio ou o desejo de destruição são constitutivos; de outro, é de escolha e responsabilidade do sujeito colocá-lo em ato.

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