Saúde e Sociedade | |
Violência e profilaxia: os preventórios paulistas para filhos de portadores de hanseníase | |
关键词: estigmatização; marginalidade; hanseníase; preventórios; políticas de saúde; stigmatization; marginality; hansen's disease; preventive centers; health policies; | |
DOI : 10.1590/S0104-12901998000100002 | |
来源: DOAJ |
【 摘 要 】
Esse artigo analisa como que a prática do isolamento compulsório dos pacientes de hanseníase no Estado de São Paulo contribuiu para que o estigma da hanseníase atingisse pessoas que nunca portaram a doença, como foi o caso das crianças sadias filhas de portadores de hanseníase. Discute como que os ideais eugênicos contribuíram para a formação de uma postura médica que, mesmo a revelia dos progressos científicos e das recomendações internacionais, perpetuaram medidas de discriminação e segregação dessas crianças. Demonstra como estas acabaram por se tornar portadoras de um "estigma congênito" que as acompanharia por toda a vida e como isto resultou na diminuição de possibilidades de vida, obrigando-as a esconder sua situação de internas ou egressas de Preventório se quisessem competir em igualdade de condições quando da procura de emprego ou no estabelecimento de relações sociais. Analisa ainda a vida dentro dos Preventórios, a separação da família e o quotidiano de centenas de vidas moldadas dentro de estruturas de controle, nas quais a violência e o arbítrio se faziam em nome de uma visão distorcida de profilaxia.
This work analyses how the compulsory isolation practice of Hansen's disease patients in the State of São Paulo has contributed for the Hansen's stigma affecting people that never had the disease - the case of healthy children of Hansen's disease carriers. The present article discusses how eugenic ideals have contributed for the formation of a medical posture that even despite scientific advances and international recommendations has perpetuated discriminatory and segregational measures against these children. The paper shows how such children ended up by carrying life long "inborn stigma" that has resulted in the hindering of their life possibilities that made them hide their former condition of interns or egresses of preventive centers to compete in society under equal conditions for jobs and the establishment of social relations. It also analyses the life in the preventive centers, separation from the family and the daily life of hundreds of lives shaped within control structures where violence and arbitrariness were practiced in the name of a distorted view of prophylaxis.
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