Cadernos de Pesquisa | |
Infância e política Childhood and politics | |
关键词: crianças; infância; políticas públicas; children; childhood; public policies; | |
DOI : 10.1590/S0100-15742010000300006 | |
来源: DOAJ |
【 摘 要 】
As atitudes da nossa cultura em relação às crianças são ambíguas, o que se observa também na relação entre crianças e política. O modo protetor a que vêm sendo submetidas as crianças nos últimos dois séculos acaba por afastá-las dos adultos - e dos assuntos sérios da economia e da política. Como resolver esse dilema, que tem como consequência dificultar um discurso sobre crianças e política? Este artigo faz algumas reflexões sobre o tema e sugere que, em princípio, quando se trata de política, pode-se falar de: crianças como sujeitos; crianças/infância como objeto não visado (em termos do impacto de forças estruturais); crianças/infância como objetos visados (iniciativas políticas voltadas às crianças) e, finalmente, como objetos instrumentalizados. A grande questão que se coloca em cada caso é saber em que medida as crianças são beneficiadas e se isso não ocorre como um efeito colateral dos ganhos para os adultos/sociedade adulta. Será que haveria investimentos públicos em crianças nas dimensões que alcançam hoje se não houvesse expectativas de um retorno lucrativo?
Our culture's attitudes towards children are ambiguous - as found also in the relationship between children and politics. The protective mood that has befallen children over the last two centuries entails their separations from adults - and from the serious business of economics and politics. How do we deal with the dilemma, which as a consequence makes it difficult to have a discourse about children and politics? This article nevertheless makes some reflections over the theme and suggests that one can, as far as politics is concerned, in principle talk about (a) children as subjects, (b) children/childhood as a non-targeted object (i.e. in terms of structural forces' impact), (c) children/childhood as targeted objects (political initiatives having children in mind), and finally as (d) instrumentalised objects. The thorny question raised in each case is to which extent children are beneficiaries or if that is the case primarily as a side effect of gains to adults/adult society. Would public investments in children have been made to the current extent, if expectations of a surplus return were not an option?
【 授权许可】
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