Revista Latino Americana de Estudos em Cultura e Sociedade | |
A prática docente Guarani Mbya – liderança, engajamento e luta | |
Janaína Aline dos Santos e Souza1  | |
[1] Universidade de São Paulo; | |
关键词: educação escolar indígena; inovação educacional; guarani mbya; prática docente.; | |
DOI : 10.23899/relacult.v5i5.1602 | |
来源: DOAJ |
【 摘 要 】
O presente trabalho apresenta as considerações finais da dissertação de mestrado “A prática docente Guarani Mbya – liderança, engajamento e luta”, que trata sobre como as professoras e professores indígenas guarani mbya entendem sua prática docente. Parte do pressuposto de que a educação escolar indígena começa a ser ressignificada a partir de 1990, quando o Estado reconhece e dá maior respaldo às demandas dos movimentos e organizações indígenas. Assim, reestrutura-se uma instituição tipicamente não-indígena, norteada até então por princípios de catequização, civilização, integração e preservação. Ao se reconstruir junto aos projetos de futuro de cada etnia, a escola indígena se constitui como inovação educacional. A pesquisa de campo verificou qual a visão que docentes indígenas têm de suas práticas, considerando a hipótese de que estas se centram no modo de transmissão dos saberes tradicionais de sua cultura ou na mera reprodução do modelo de ensino escolar predominante, originalmente não-indígena, ainda que se trate oficialmente de uma escola diferenciada. O foco das observações centrou-se na Escola Estadual Indígena Guarani Gwyra Pepo, situada na aldeia Tenonde Porã, em Parelheiros, capital de São Paulo. Foram feitas entrevistas com as professoras e professores guarani. As informações recolhidas foram analisadas com bases teóricas das pesquisas antropológicas sobre a etnia Guarani e sociológicas sobre inovação educacional, bem como pelo recurso às produções da etnologia ameríndia sobre educação escolar indígena. Conclui-se que a prática docente das professoras e professores guarani é entendida como forma de luta, favorecida pelos espaços de discussão sobre educação escolar indígena e pela própria atuação como liderança. É vista tanto como valorização do nhandereko quanto como subsídio para compreender e enfrentar a sociedade não-indígena dominante, sendo modelo de engajamento e luta para reconceituação da educação pública de modo geral.
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