Revista Panamericana de Salud Pública | |
Análise crítica da interculturalidade na Política Nacional de Atenção às Populações Indígenas no Brasil | |
Maria Luiza Garnelo Pereira1  Leo Pedrana2  Mônica de Oliveira Nunes de Torrenté2  Sara Emanuela de Carvalho Mota2  Leny Alves Bomfim Trad2  | |
[1] Fundação Oswaldo Cruz, Centro de Pesquisas Leônidas e Maria Deane, Manaus (AM), Brasil.;Universidade Federal da Bahia (UFBA), Instituto de Saúde Coletiva (ISC), Salvador (BA), Brasil.; | |
关键词: Saúde indígena; interculturalidade; política pública; atenção à saúde; Brasil; | |
DOI : 10.26633/RPSP.2018.178 | |
来源: DOAJ |
【 摘 要 】
A preocupação com um cuidado culturalmente apropriado e intercultural, baseado na articulação e complementariedade entre saberes em saúde, vem sendo uma prioridade para garantir a atenção primária à saúde (APS) dos povos indígenas desde a Conferência de Alma-Ata. No Brasil, país de significativa variedade sociocultural no contexto indígena sul-americano, existe há 16 anos uma Política Nacional de Atenção à Saúde das Populações Indígenas (PNASPI) focada no conceito de atenção diferenciada. Esse conceito, considerado como incompleto e contraditório, é variavelmente operacionalizado na APS de indígenas. Sendo assim, o presente artigo propõe uma análise da formulação e operacionalização desse conceito na PNASPI. Essa análise torna evidente o caráter etnocêntrico da PNASPI, as numerosas contradições e negligências que não contemplam de fato o intercâmbio e articulação com o saber tradicional e as visões êmicas indígenas de saúde e dos processos de padecimento/cura. A reversão dessas limitações exigirá maior reflexividade, questionamento e vigilância epistemológicos tanto das ciências sociais e políticas quanto dos movimentos sociais e de controle social indígenas para redefinir em termos interculturais a APS de indígenas no Brasil.
【 授权许可】
Unknown