Revista de Saúde Pública | |
Histórias de perdas fetais contadas por mulheres: estudo de análise qualitativa | |
Alba Lúcia Dias Dos Santos1  Cornélio Pedroso Rosenburg1  Keiko Ogura Buralli1  | |
[1] ,Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Departamento de Saúde Materno-InfantilSão Paulo SP ,Brasil | |
关键词: Saúde da mulher; Mulheres; Morte fetal; Gravidez; Percepção; Complicações na gravidez; Apoio social; Serviços de saúde materna; Acontecimentos que mudam a vida; Women's health; Women; Fetal death; Pregnancy; Perception; Pregnancy complications; Social support; Maternal health services; Life change events; | |
DOI : 10.1590/S0034-89102004000200017 | |
来源: SciELO | |
【 摘 要 】
OBJETIVO: (Re)conhecer o significado da perda fetal para mulheres que vivenciaram a experiência, a partir da compreensão do processo de gravidez, com base em seus relatos. MÉTODOS: Pesquisa de análise qualitativa com base nas histórias de sete mulheres que vivenciaram a experiência de perda fetal, no município de Arujá, SP, no período de julho de 1998 a junho de 1999. As mulheres foram identificadas a partir de atestados de óbito de nascidos mortos no período de estudo, obtidos no Cartório de Registro Civil de Arujá. Como procedimentos metodológicos, foram utilizadas a técnica de história oral para a coleta de dados e a técnica de análise de conteúdo do material coletado. As entrevistas realizadas foram gravadas e transcritas integralmente, e posteriormente recortadas para análise. RESULTADOS: Os achados foram analisados, contemplando dois momentos: o contexto circunstancial da gravidez e o impacto após a perda, adotando-se categorias temáticas específicas. A primeira parte aborda a percepção da gravidez, a notícia da vinda do bebê, os problemas de saúde até a perda e o atendimento do serviço de saúde. O significado da perda do bebê para as mulheres desse estudo foi evidenciado por três eixos centrais: perda de parte dela, fatalidade atribuída ao divino e mudanças de atitude perante a vida. A rede social de apoio a essas mulheres foi constituída sobre dois pilares: a família e a igreja, sendo praticamente inexistente o apoio de serviços de saúde. Ao final, todas elas expressaram a vontade de viver, a necessidade de trabalhar, de estudar e, até mesmo, de ter nova gravidez. CONCLUSÕES: Faz-se necessária uma mudança de paradigma nessa missão de atender pessoas; é preciso humanizar o atendimento nos serviços de saúde. Ficou muito evidente a necessidade do acompanhamento de usuárias de serviços de saúde que tiveram uma perda fetal, por uma equipe multiprofissional. Foi evidenciada, também, a importância de uma rede de apoio para mulheres que vivenciam esse problema.
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