Estudo multicêntrico dos resultados das trocas valvares com o uso da bioprótese Biocor no Estado de Minas Gerais

Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular

Mário Osvaldo Vrandecic²  Bayard Gontijo Filho²  João Alfredo Paula E Silva¹  Fernando Antônio Fantini²  Juscelino Teixeira Barbosa¹  Márcio C São José¹  Carlos Álvaro Dos Santos Pinto¹  Gilberto Lino Vieira¹  Homero Geraldo Oliveira¹  Renato R Rabelo¹  Sebastião Correa Rabello¹  Alexandre V Brick¹  Eduardo Peredo²  Adelson A Pedrosa²  Antônio Luiz O Azevedo Sobrinho¹  Maurício Barbosa¹  Heberth César Miotto²  Maria Aparecida Braga¹  Marco Antônio Salum¹  Júnia F Braga²  Guilherme H Moreira²  Osvald Hely Moreira²  Carlos Alberto De Oliveira¹  Flávio Justo Maciel² 

[1] ,Biocor Hospital de Doenças Cardiovasculáres

关键词: próteses valvulares cardíacas;    próteses valvulares cardíacas;    valvas cardíacas;    heart valves;    heart valves prostheses;    heart valves;   

DOI  :  10.1590/S0102-76381988000300002

来源: SciELO

【 摘 要 】

No período de março de 1981 a março de 1988, foram implantadas 2324 biopróteses, em 2016 pacientes, em 5 Centros do Estado de Minas Gerais. Este estudo inclui somente a análise dos pacientes submetidos a troca valvar aórtica (n = 603) e mitral ( n = 1110), isoladamente. Neste grupo (n = 1713), a mortalidade hospitalar foi de 104 pacientes (6,1%). Dos 1609 pacientes que receberam alta do hospital, conseguimos o seguimento de 1101 pacientes (64,3). Esta análise corresponde a um período de 1 a 84 meses, com média de 48 meses e com um seguimento cumulativo de: aórticas (n= 385) = 1230 pacientes/ano; mitrais (n = 716) = 3018 pacientes/ano. Foram registradas 102 complicações tardias em 716 pacientes mitrais (14,24%) e 51 complicações no grupo aórtico (13,2%). Com relação à faixa etária, encontramos 220 pacientes menores de 20 anos (mitrais = 176/aórticos = 44) e, neste subgrupo, as disfunções valvares incidiram em 43% dos pacientes mitrais e em 29% dos pacientes aórticos. A endocardite protética foi mais encontrada nos aórticos (45%) do que nos mitrais (29,7%). Dos 1101 pacientes, 62 foram reoperados, com mortalidade hospitalar de 12,6%. A reoperação por disfunção valvar foi mais freqüente no grupo mitral com idade inferior a 20 anos. A curva atuarial livre de mortalidade relacionada à bioprótese foi de 97,1% (32/1101 pacientes). No grupo aórtico, 96,9% estiveram livres de disfunção valvar ao final de 7 anos, enquanto que, no grupo mitral, este índice foi de 95,2%. Nos pacientes menores de 20 anos do grupo mitral, encontramos o maior índice de falência valvar (85,3% livre após 7 anos). Ao final deste estudo, a maior parte destes pacientes encontrava-se em classe funcional I e II. Embora a incidência de reoperação seja expressiva, esta é aceitável, tendo em vista que as biopróteses oferecem uma alternativa mais segura do que as próteses mecânicas, durante este mesmo período do seguimento. A análise destes resultados sugere a continuação de pesquisas que tornem possível a fabricação de um substituto valvar ideal. Todavia, estes resultados comparam-se, de modo favorável, a resultados com biopróteses semelhantes da literatura mundial.

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