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Revista de Saúde Pública
Saúde de famílias do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e de bóias-frias, Brasil, 2005
Fernando Ferreira Carneiro2  Anamaria Testa Tambellini1  José Ailton Da Silva1  João Paulo Amaral Haddad1  André Campos Búrigo1  Waltency Roque De Sá1  Francisco Cecílio Viana1  Valéria Andrade Bertolini1 
[1] ,Ministério da Saúde Secretaria de Vigilância em Saúde Coordenação Geral de Vigilância Ambiental em SaúdeBrasília DF ,Brasil
关键词: Trabalhadores Rurais;    Assentamentos Rurais;    Condições Sociais;    Saúde da Família;    Saúde da População Rural;    Segurança Alimentar e Nutricional;    Saúde da População do Campo;    Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra;    Rural Workers;    Rural Settlements;    Social Conditions;    Family Health;    Rural Health;    Food Security;    Rural Population Health;    Landless Worker Movment;    Trabajadores Rurales;    Asentamientos Rurales;    Condiciones Sociales;    Salud de la Familia;    Salud Rural;    Seguridad Alimentaria;    Salud del Populación Rural;    Movimiento de Trabajadores Rurales Sin Tierra;   
DOI  :  10.1590/S0034-89102008005000037
来源: SciELO
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【 摘 要 】

OBJETIVO: Avaliar as condições de saúde de famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e de bóias-frias. MÉTODOS: Realizou-se estudo comparativo de três populações: assentamento e acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, e famílias de bóias-frias, em Unaí, MG, em 2005. Foram coletados os dados referentes às características sociodemográficas e familiares por meio de questionários aplicados a 202 famílias, e realizadas observação estruturada e discussões em grupo. Realizou-se a análise fatorial discriminante para se verificar diferenças entre as comunidades. RESULTADOS: As três comunidades apresentaram uma média de 89%, caracterizando-se como grupos distintos e reforçando a hipótese de que são realmente diferentes entre si em termos de suas condições de vida e saúde. Os trabalhadores bóias-frias apresentaram um alto índice de insegurança alimentar (39,5%), quase o dobro da proporção entre as famílias acampadas e quatro vezes mais que as assentadas. Com uma renda variável e baixa, os bóias-frias estavam mais expostos aos agrotóxicos se comparados aos assentados e acampados. A produção animal desenvolvida por todas as famílias assentadas foi uma característica marcante, ao contrário das famílias bóias-frias que praticamente não contavam com essa possibilidade na cidade. Segundo a percepção das famílias assentadas e acampadas, o Sistema Único de Saúde não tem atendido as necessidades de saúde da maioria delas, principalmente pela dificuldade do acesso aos serviços. Para esse grupo, o atendimento de suas necessidades se dá após reivindicações e pressões sobre os governos. CONCLUSÕES: Segundo a percepção das famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o fato de ser do Movimento e estar organizado melhora suas perspectivas de saúde, em comparação aos bóias-frias. Os resultados da modernização conservadora no campo brasileiro têm agravado as condições de vida dos bóias-frias gerando uma superexploração do trabalho humano, enquanto que a Reforma Agrária tem possibilitado uma melhor qualidade de vida e saúde para as famílias, quando comparadas nas áreas estudadas.

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