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Pesquisa Veterinária Brasileira
Complementary studies of the infection by Mannheimia granulomatis (lechiguana) in cattle
Pereira, Daniela I.B.1  Ladeira, Silvia L.1  Riet-Correa, Franklin1 
[1] Universidade Federal de Pelotas, Pelotas
关键词: Lechiguana;    cattle;    Dermatobia hominis;    Mannheimia granulomatis;   
DOI  :  10.1590/S0100-736X2000000300001
来源: Colegio Brasileiro de Patologia Animal-CBPA
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【 摘 要 】

.- Pereira I.B., Riet-Correa F. & Ladeira S.S. 2000. [Complementary studies of the infection by Mannheimia granulomatis (lechiguana) in cattle.] Estudos complementares da infecção por Mannheimia granulomatis (lechiguana) em bovinos. Pesquisa Veterinária Brasileira 20(3):91-96. Laboratório Regional de Diagnóstico, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal de Pelotas, 96010-900 Pelotas, RS, Brazil.Several experiments were performed to demonstrate the role of Dermatobia hominis in the etiology of lechiguana: (1) One calf was infected simultaneously with Dermatobia hominis larvae and Mannheimia granulomatis. Biopsies were performed in two larval lesions. An eosinophilic lymphangitis with connective tissue proliferation, similar to those observed in lechiguana, were present in one biopsy. (2) To detect if Dermatobia hominis is a carrier of Mannheimia granulomatis, a bacteriologic study was performed in 72 larvae and the same number of exudate samples from larval lesions. The bacterium was not isolated. (3) In 9 cattle spontaneously infected by Dermatobia hominis, the larval lesions were inoculated with Mannheimia granulomatis. One bovine whose larval lesions were contaminated with bacteria developed a lechiguana 3 months after inoculation. (4) Two fibroproliferative lesions, clinically similar to lechiguana, caused by Dermatobia hominis larvae were studied. Histologically, these lesions were characterized by proliferation of fibrous tissue with focal granulomas. Eosinophilic lymphangitis and calcification of collagenous fibers were not observed in the lesions. As Dermatobia hominis occasionally produces a fibrogranulomatous reaction, it is possible that this can be the initial lesion for lechiguana, if infected by Mannheimia granulomatis. (5 and 6) Two experiments were performed to detect if healthy cattle can carry Mannheimia granulomatis. The bacterium was not isolated from the tonsils of 153 cattle, and the immunodiffusion test to detect antibodies in cattle was not sufficiently sensitive to detect carrier cattle. (7) Seventeen new spontaneous cases of lechiguana are reported. All cases had the same clinical and pathologic characteristics as previously described. Fourteen cases were from southern Rio Grande do Sul, three were from the state of Santa Catarina and one from Paraná.INDEX TERMS: Lechiguana, cattle, Dermatobia hominis, Mannheimia granulomatis RESUMO.- Vários experimentos foram realizados para demonstrar a participação de Dermatobia hominis na etiologia da lechiguana: (1) Lesões experimentais causadas por larvas da mosca em um bovino foram infectadas com Mannheimia granulomatis. Foram realizadas biópsias em duas lesões produzidas pela larva. Em uma dessas biópsias foi observada linfangite eosinofílica e proliferação de tecido conectivo, similares às encontradas na lechiguana. (2) Com o objetivo de detectar a possível participação de Dermatobia hominis como vetor de Mannheimia granulomatis, foi realizado o estudo bacteriológico de 72 larvas e o mesmo número de exsudatos, provenientes de lesões de Dermatobia hominis, não tendo sido isolada a bactéria em nenhuma oportunidade. (3) Lesões espontâneas da mosca foram infectadas com uma suspensão da bactéria em 9 bovinos, sendo que um dos animais desenvolveu uma lesão de lechiguana 3 meses após a inoculação. (4) Foram estudadas duas lesões fibroproliferativas, clinicamente similares a lechiguana, causadas pela larva de Dermatobia hominis. Histologicamente estas lesões caracterizam-se por proliferação de tecido fibroso com presença de granulomas focais, diferenciando-se da lechiguana por não apresentar linfangite eosinofílica e calcificação de fibras colágenas. O fato de Dermatobia hominis, ocasionalmente, produzir uma reação fibrogranulomatosa, sugere que esta poderia ser a lesão inicial da lechiguana, se infectada por Mannheimia granulomatis. (5 e 6) Dois experimentos foram realizados para detectar se bovinos sadios podem ser portadores de Mannheimia granulomatis. A bactéria não foi isolada de amígdalas de 153 bovinos e a técnica de imunodifusão radial utilizada para a detecção de anticorpos não apresentou sensibilidade suficiente para identificar animais portadores. (7) Foram estudados 17 novos casos da doença, e em todos os casos, as características clínicas e patológicas foram similares às observadas em casos anteriores. Quatorze casos foram provenientes do sul do Rio Grande do Sul, três do Estado de Santa Catarina e um do Paraná.TERMOS DE INDEXAÇÃO: Lechiguana, bovinos, Dermatobia hominis, Mannheimia granulomatis.  INTRODUÇÃOA lechiguana é uma enfermidade dos bovinos caracterizada pelo aparecimento de uma tumoração que cresce rapidamente e normalmente é acompanhada de emagrecimento progressivo, podendo levar à morte do animal em 3 a 12 meses, se não tratado. Tem sido observada freqüentemente na região sul do Rio Grande do Sul (Riet-Correa et al. 1992, Ladeira et al. 1996), porém foi diagnosticada, também, em Minas Gerais (Varaschin & Silva 1998) e São Paulo (Birgel et al. 1999). A lesão é arredondada, muito consistente, geralmente localizada na região escapular e áreas adjacentes. Os linfonodos regionais estão aumentados de tamanho. Macroscopicamente o tumor caracteriza-se por tecido fibroso, consistente e esbranquiçado com pontos amarelados. Ao exame histológico caracteriza-se por uma paniculite fibrogranulomatosa, com marcada proliferação de tecido fibroso, infiltrado por plasmócitos eosinófilos, linfócitos e, ocasionalmente, neutrófilos. Vasos linfáticos dilatados contendo numerosos eosinófilos são observados dentro do tecido fibroso. Depósitos de material eosinofílico, originado, provavelmente, da degranulação e marginação de eosinófilos ocorrem próximos à parede dos linfáticos inflamados. Microabscessos eosinofílicos, formados principalmente por eosinófilos e algumas células mononucleares indiferenciadas são observados, também, dentro do tecido fibroso. Esses microabscessos formam-se, aparentemente, após a ruptura dos vasos linfáticos inflamados. Estruturas similares a rosetas, com material eosinofílico ou basofílico no centro e projeções periféricas PAS positivas (material de Splendore-Hoeppli) ocorrem, ocasionalmente, dentro dos linfáticos inflamados ou nos microabscessos. Colônias de bactérias Gram negativas são observadas no centro dessas rosetas. Na maioria das lesões, numerosas fibras colágenas estão calcificadas. Em conseqüência da invasão dos músculos adjacentes, muitas fibras musculares degeneradas observam-se entre as fibras colágenas. Células musculares multinucleadas, causadas por regeneração por brotação, estão, também, presentes. Os gânglios linfáticos regionais apresentam proliferação de tecido fibroso da cápsula e trabéculas e linfangite eosinofílica dos vasos linfáticos aferentes. Granulomas eosinofílicos, rodeados por células epitelioídes e tecido fibroso, e contendo rosetas no seu interior, são observados dentro dos gânglios. (Riet-Correa et al. 1992).Através da cultura de material obtido de biópsias profundas das lesões, foi isolada uma bactéria classificada como Pasteurella granulomatis (Ribeiro et al. 1989), posteriormente designada como Mannheimia granulomatis (Angen et al. 1999). A participação desta bactéria como agente etiológico da lechiguana é evidenciada pelos seguinte fatos: isolamento constante de Mannheimia granulomatis de biópsias profundas das lesões; recuperação dos bovinos afetados após tratamento com cloranfenicol, ao qual todas as cepas foram sensíveis; lesões histológicas características de uma infecção bacteriana, evidenciadas pela presença de bactérias, cocobacilos gram negativos, no centro dos linfáticos inflamados e microabscessos; e a reprodução experimental, em 2 animais, de uma lesão similar às observadas nos casos espontâneos de lechiguana (Riet-Correa et al. 1992, Ladeira et al. 1996).A enfermidade foi reproduzida experimentalmente por Ladeira et al. (1996) ao inocularem a bactéria em lesões espontâneas de Dermatobia hominis. Este fato sugere que o parasitismo por Dermatobia hominis esteja relacionado, de alguma forma, com a ocorrência de lechiguana. A participação de Dermatobia hominis na transmissão de Mannheimia granulomatis e/ou desenvolvimento da lesão é indicado, também, pelos seguintes fatos: as lesões causadas pelas duas doenças localizam-se na região escapular e suas proximidades; as duas enfermidades têm a mesma distribuição geográfica na região sul do Rio Grande do Sul; e a diminuição da freqüência dos casos de lechiguana quando iniciou-se o controle da parasitose mediante o uso de carrapaticidas piretróides (Ladeira et al. 1996).Os objetivos deste trabalho foram: (1) determinar a participação da Dermatobia hominis e Mannheimia granulomatis na patogenia da lechiguana; (2) caracterizar sorologicamente isolados de Mannheimia granulomatis; (3) detectar anticorpos em bovinos infectados experimental ou espontâneamente com Mannheimia granulomatis; (4) detectar anticorpos contra Mannheimia granulomatis em bovinos com e sem parasitismo por Dermatobia hominis; (5) investigar a presença de Mannheimia (Pasteurella) granulomatis e outras espécies de Pasteurella em amígdalas de bovinos; (6) realizar o estudo de novos casos de lechiguana. MATERIAL E MÉTODOSPara estudar a participação da Dermatobia hominis na patogenia da lechiguana foram realizados 4 experimentos diferentes. No Experimento 1, 304 larvas de Dermatobia hominis colhidas de bovinos com infestação natural foram cultivadas no laboratório. As 71 larvas obtidas foram inoculadas em um bovino, em 4 locais, 2 de cada lado da região pré-escapular (Ribeiro & Oliveira 1983). Antes da infestação e, semanalmente, durante as 4 semanas seguintes, as regiões foram pinceladas com suspensão de Mannheimia granulomatis (cepa 145/91), preparada segundo Ladeira et al. (1996).No Experimento 2 realizou-se o estudo bacteriológico de larvas de Dermatobia hominis e de exsudatos provenientes dessas lesões em bovinos infestados naturalmente, pertencentes a propriedades com e sem história de lechiguana. A hemolinfa de 72 larvas coletadas foi retirada com o auxílio de seringa e agulha estéril e semeada em placas de petri com agar sangue ovino a 5%. Igual número de exsudatos foram coletados com zaragatoa e igualmente semeados.No Experimento 3, lesões espontâneas de Dermatobia hominis, em 9 bovinos, foram inoculadas com suspensão de Mannheimia granulomatis. Antes da inoculação e 7 dias após, foram coletadas, respectivamente, 5 larvas e o mesmo número de exsudatos e semeados conforme experimento anterior para avaliação bacteriológica.O experimento 4 foi realizado com o objetivo de estudar a patologia de lesões de Dermatobia hominis e relacioná-la com as lesões de lechiguana. Para isto, foram coletadas lesões de 3 bovinos abatidos em frigoríficos da região. Outros dois materiais foram provenientes de bovinos que apresentavam lesões similares a lechiguana. Todas as amostras foram fixadas em formol a 10%, incluídas em parafina, cortadas a 6mµ e coradas por hematoxilina-eosina (HE).No Experimento 5 foi realizada a caracterização sorológica de diferentes isolados de Mannheimia granulomatis e a detecção de anticorpos em bovinos utilizando-se a técnica de imunodifusão radial. Para a realização de imunodifusão radial foram utilizados 8 isolados de Mannheimia granulomatis como antígeno, preparado conforme Schramm (1991). Os soros hiperimunes foram preparados em coelhos seguindo a técnica descrita por Carter (1972) e testados com antígenos homólogos e heterólogos. Foram testados 117 soros bovinos, sendo 74 provenientes de propriedades com infestação por Dermatobia hominis; 37 de propriedades sem infestação; 5 de bovinos com lechiguana; 1 de um bovino que havia tido a doença aproximadamente 4 anos antes da coleta de sangue e 2 soros de bovinos que haviam sido inoculados com suspensão de Mannheimia granulomatis, um por via subcutânea e outro por pincelamento em lesões de Dermatobia hominis.No Experimento 6 foram coletadas amígdalas de 153 bovinos abatidos em frigoríficos da região. As amígdalas eram flambadas em sua superfície e, após a incisão com bisturi, coletava-se com zaragatoa o material a ser semeado em agar sangue ovino e agar MacCon

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