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Quimica nova
Gas chromatography coupled with atomic absorption spectrometry
Campos, Reinaldo Calixto de
1
  Grinberg, Patricia
1
 
[1] Universidade Católica do Rio do Janeiro, Rio de Janeiro
关键词:
speciation
;
gas cromatography
;
atomic absorption spectrometry.  
;
 
;
INTRODUÇÃO O termo especiação foi definido por Ure1 como um processo ativo de identificação e quantificação de diferentes espécies
;
formas ou fases em que um elemento ocorre em uma determinada amostra. A importância da especiação para a ciência ambiental
;
biologia e medicina reflete-se na crescente quantidade de artigos e livros publicados nos últimos anos
;
de congressos devotados ao tema e no constante progresso alcançado. A principal razão é que a toxicidade
;
bio-disponibilidade
;
o transporte e propriedades físico-químicas de um elemento podem diferir grandemente
;
dependendo de sua forma química2
;
3. Logo
;
informar o conteúdo total de um elemento não é suficiente na avaliação de seu potencial de ação. Por exemplo
;
o Sn inorgânico apresenta menor toxicidade do que os seus compostos alquilderivados
;
sendo que a toxicidade aumenta com o aumento do número de grupos alquila ligados ao átomo de Sn4. Entretanto
;
para o As
;
os compostos inorgânicos são mais tóxicos do que os respectivos compostos orgânicos
;
o mesmo ocorrendo com os compostos de Sb. Já em relação à influência do número de oxidação
;
sabe-se
;
por exemplo
;
que o As(III) é mais tóxico que o As(V) e que o Sb(III) se mostra dez vezes mais tóxico do que Sb(V)5
;
6. Em relação aos compostos de mercúrio
;
tanto as espécies inorgânicas como as orgânicas são tóxicas
;
sendo seus alquil derivados os mais tóxicos
;
em especial o metil-mercúrio
;
de todas as formas
;
a mais agressiva7. Logo
;
o desenvolvimento de ferramentas analíticas precisas e seletivas para a determinação destas diferentes espécies é de extrema importância para uma estimativa realista dos riscos toxicológicos ou do comportamento ambiental de um dado elemento8. A determinação individual das diferentes espécies de um elemento
;
presente a nível de traços
;
é dependente dos seguintes requisitos9:
;
Os compostos de interesse devem ter suas integridades preservadas durante a amostragem
;
armazenamento e pré-tratamento da amostra. Deve-se evitar qualquer ação que resulte em uma mudança do equilíbrio químico
;
destruição ou transformação das diferentes formas existentes na amostra. Este requisito é considerado o principal problema da especiação
;
;
As análises devem ser específicas e não sujeitas a interferências de outros elementos ou compostos presentes na amostra
;
;
No caso de processos de separação
;
estes devem ser
;
além de eficientes
;
tais que não impliquem em excessiva diluição das espécies
;
;
O método de detecção deve ser suficientemente sensível
;
de modo a permitir determinações a nível de traços e ultra-traços. Assim
;
os métodos analíticos aplicados à determinação seletiva das espécies elementares podem ser classificados como:
;
métodos químicos
;
baseados em técnicas de separação por extração
;
volatilização
;
co-precipitação ou por redução seletiva
;
;
métodos cinéticos
;
;
métodos baseados em técnicas cromatográficas. Os métodos baseados em separações não cromatográficas
;
assim como os cinéticos
;
apresentam boa precisão e têm a vantagem de ter baixo custo operacional
;
pois necessitam de instrumentação bastante simples
;
entretanto
;
podem ser bastante laboriosos e demorados. Já os métodos baseados em técnicas cromatográficas
;
apesar de necessitarem de instrumentação mais sofisticada
;
são mais eficientes na separação das diferentes espécies
;
sendo
;
portanto
;
os mais empregados
;
especialmente na especiação de compostos organometálicos em amostras clínicas ou ambientais. A maior parte dos sistemas visa o acoplamento direto da cromatografia
;
em linha
;
a técnicas de detecção diversas
;
como AAS
;
ICP-MS10-21
;
ICP-AES10
;
22-29
;
AFS30
;
MIP10
;
21
;
31-46 etc. Ou seja
;
os diferentes equipamentos relativos a essas técnicas analíticas tornam-se os detectores
;
postados à saída da coluna de separação. Nestes acoplamentos
;
a cromatografia líquida
;
principalmente HPLC
;
tem sido uma técnica amplamente utilizada47
;
tanto devido a seu alto poder de separação
;
como pelo fato de poder lidar com analitos voláteis ou não. Entretanto
;
a instrumentação pode apresentar-se cara e o tempo de análise excessivamente longo. Concomitantemente
;
a sua interface com técnicas de espectrometria atômica implica
;
na maioria dos casos
;
na nebulização pneumática do efluente
;
com as perdas que este modo de introdução de amostra acarreta
;
ou no uso de sistemas especiais
;
não disponíveis comercialmente. Para alguns elementos
;
a nebulização pode também ser contornada por reações de derivatização a formas voláteis
;
após a coluna
;
o que implica
;
entretanto
;
no aumento da complexidade do sistema. Frente à HPLC
;
além do mais baixo custo
;
a cromatografia gasosa tem a vantagem de transferir ao detector o analito já na forma gasosa
;
evitando assim os problemas de perdas inerentes à nebulização da amostra
;
aumentando
;
consequentemente
;
a sensibilidade do método. No entanto
;
sua utilização é limitada a compostos voláteis
;
ao passo que grande parte dos problemas de especiação envolve espécies não voláteis. Contudo
;
esta limitação também pode ser contornada pela derivatização das espécies de interesse a compostos voláteis. Entre todas as técnicas analíticas utilizadas para detecção
;
grande atenção tem sido dada ao ICP-MS
;
que é considerado o detector mais sensível para a especiação e que terá uma importância crescente no futuro
;
principalmente onde é necessária a melhor sensibilidade e/ou a análise simultânea de diversos elementos. Entretanto
;
seu alto custo e conseqüente indisponibilidade
;
faz com que a AAS seja considerada a técnica de maior potencial de uso em análises de rotina
;
onde o custo se torna um fator determinante para a escolha do método47. A AAS
;
além de ser uma técnica relativamente barata
;
tanto na sua implantação quanto nos gastos de operação
;
é de fácil operação
;
estando disponível na maioria dos laboratórios
;
e o acoplamento de técnicas de derivatização
;
como geração de hidretos ou etilação
;
não traz qualquer dificuldade maior. Dependendo do elemento e forma a ser determinada
;
a interface GC-AAS pode ser bastante simples
;
usufruindo da AAS sua sensibilidade
;
robustez e especificidade. Para a melhor utilização do acoplamento GC-AAS47-49
;
as seguintes condições devem ser observadas50: 1. Todas espécies injetadas na coluna cromatográfica devem ser quantitativamente eluídas
;
sem que ocorra decomposição ou transformação na coluna
;
2. O fluxo do gás que entra na célula de detecção deve ser constante durante toda a corrida cromatográfica
;
3. Uma vez estando na célula de detecção
;
todos os analitos devem ser distribuídos uniformemente na seção do atomizador e completa e instantaneamente atomizados. No sistema GC-AAS
;
o procedimento de leitura pode ser caracterizado por
;
pelo menos
;
3 etapas
;
conforme Figura 1:
;
Introdução da amostra na coluna
;
precedida ou não
;
da derivatização
;
Eluição e separação dos compostos presentes na amostra e introdução destes no AAS
;
através da interface
;
;
Atomização de cada um destes compostos e detecção 
;
INTRODUÇÃO DA AMOSTRA Na cromatografia gasosa
;
podem-se utilizar amostras gasosas ou líquidas
;
estas últimas desde que sejam totalmente volatilizadas dentro da coluna. Analitos no estado gasoso
;
a partir de amostras líquidas
;
podem ser gerados termicamente ou através de técnicas de derivatização (geração de hidretos
;
etilação etc). A derivatização
;
além de permitir a determinação de espécies de outro modo não voláteis
;
leva à separação do analito da matriz
;
o que irá diminuir ou até mesmo eliminar as interferências no processo de separação e atomização posteriores
;
pois apenas um pequeno número de concomitantes acompanha as espécies assim volatilizadas. Dentre as técnicas de derivatização
;
a geração de hidretos é a mais utilizada51
;
neste processo
;
diversos elementos
;
como As
;
Bi
;
Se
;
Sb
;
Sn
;
Te
;
Ge
;
In
;
Pb e Cd
;
e suas respectivas espécies químicas podem ser levadas a seus respectivos hidretos gasosos. A redução é feita a partir da geração de hidrogênio nascente
;
pela adição de NaBH4 a uma solução acidificada. Uma vez gerado
;
o hidreto pode ser transferido
;
com a ajuda de um gás de arraste
;
diretamente à coluna. A reação de redução e a separação gás/líquido do hidreto gerado é facilmente adaptável para sistemas em linha
;
havendo várias versões disponíveis no mercado. O mercúrio é um caso especial
;
pois forma Hgo pela redução com o NaBH4
;
tanto a partir do íon Hg2+
;
como a partir de organoderivados
;
inclusive o metilmercúrio. Assim
;
sua especiação não se faz possível pelo NaBH4. Outra dificuldade com o uso do NaBH4 é causada pelo fato de alguns compostos organoderivados dos elementos supracitados não serem por ele redutíveis ou apresentarem cinética de reação extremamente lenta52. Em substituição à derivatização pelo NaBH4
;
tem sido cada vez mais utilizada a alquilação. Esta é feita a partir de reagentes de Grignard53-56 ou de alquil derivados do borohidreto de sódio
;
como o tetraetilborato de sódio7
;
54
;
57-60 e o tetrapropilborato de sódio40
;
que geram alquil derivados dos elementos e espécies em questão. O processo de alquilação e liberação da solução dos alquilderivados formados pode ser muito mais lento do que na geração de hidretos
;
necessitando de até 15 minutos
;
o que dificulta a utilização de sistemas em linha. A alquilação pode levar
;
ainda
;
a uma melhor diferenciação das espécies40 ou ser indicada no caso de instabilidade das moléculas dos hidretos
;
como é o caso da determinação de Pb57
;
61-62. A eficiência da derivatização irá depender
;
entretanto
;
da matriz envolvida e do composto de interesse. Por exemplo
;
Cai e colaboradores59 realizaram um estudo onde foram comparadas a utilização de borohidreto de sódio e tetraetilborato de sódio para a derivatização dos compostos de estanho (monobutil
;
dibutil e tributilestanho)
;
em sedimentos. Verificaram que os compostos monobutil e dibutilestanho podem ser quantitativamente determinados pela utilização do método da geração de hidretos (NaBH4 como redutor)
;
porém
;
a espécie tributil sofria algumas interferências críticas pelo extrato do sedimento. Com a utilização da etilação (NaBEt4 como redutor)
;
pode-se alcançar uma determinação quantitativa das espécies dibutil e tributilestanho
;
embora tenha sido observada uma baixa recuperação da espécie monobutílica. Uma outra estratégia para a introdução de amostras em sistemas CG-AAS pode ser a utilização da captura criogênica63
;
indicada para compostos de baixo ponto de ebulição. Neste caso
;
um tubo de vidro silanizado
;
em U
;
resfriado por um banho de nitrogênio líquido
;
retém
;
por condensação
;
os compostos voláteis gerados. Após a coleta de todos os compostos
;
o banho de nitrogênio líquido é retirado e o tubo em U é aquecido
;
eletricamente ou por imersão em banho de água quente
;
produzindo uma volatilização diferencial dos compostos
;
de acordo com seus pontos de ebulição. Estes são carreados para a coluna pelo gás de arraste
;
que pode ser argônio ou nitrogênio. A captura criogênica é uma técnica útil para pré-concentrar as espécies de interesse
;
respondendo ao longo tempo da reações de alquilação
;
aumentando a sensibilidade. O sistema deve ser mantido seco
;
pois um acúmulo de água e gelo dentro do tubo em U poderá bloqueá-lo. Para isso
;
utilizam-se ou um banho de 2-propanol e gelo seco ou CaCl2 como agente de secagem
;
porém
;
deve-se ter cuidado na utilização deste último
;
pois poderá haver a perda dos analitos devido a sua adsorção no CaCl2.  
;
COLUNAS Pode-se verificar
;
na literatura referente ao acoplamento CG-AAS
;
que não são apresentados estudos detalhados quanto à escolha da coluna. Tanto colunas empacotadas64-67 (geralmente preenchidas com Chromosorb W revestidas com 3-10% OV-100 ou Carbowax)
;
quanto colunas capilares68-73
;
tem sido utilizadas. Porém
;
deve-se ter sempre em mente que uma escolha errada da fase estacionária poderá inviabilizar a especiação. No caso do uso da captura criogênica
;
verificou-se que os tempos de retenção dos vários compostos podem ser linearmente relacionados com seus pesos moleculares
;
e que nem a composição nem a granulometria da fase estacionária afetaria a separação18. Isto leva alguns autores a considerar este mais como um processo de destilação fracionada do que uma separação cromatográfica74.  
;
INTERFACES
;
DOI : 10.1590/S0100-40422001000200012
学科分类:化学(综合)
来源:
Sociedade Brasileira de Quimica
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