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Quimica nova
The teaching of historical and philosophical aspects of chemistry and the XX century's acid-base theories
Chagas, Aécio Pereira
1
 
[1]Universidade de Campinas, Campinas
关键词:
acid-base theories
;
"
;
good"
;
theories
;
history and philosophy of chemistry. 
;
 
;
INTRODUÇÃO Uma tendência atual
;
no ensino da Química
;
tem sido a de enfatizar aos estudantes os aspectos sociais
;
num amplo sentido
;
associados ao desenvolvimento e aplicações desta Ciência. E aqui se inclui obviamente a História da Química. Independentemente de qualquer crítica que se possa fazer a esta tendência
;
não tem havido uma boa compreensão da mesma
;
e quando há
;
nem sempre a prática corresponde à proposta. Há por parte dos professores uma grande dificuldade em se lidar com a História da Química
;
o que é compreensível
;
pois
;
como se costuma dizer: "
;
História da Química é mais difícil que Química"
;
. Entretanto
;
parte da dificuldade é devido aos assuntos que são escolhidos
;
muitas vezes relacionados com o desenvolvimento dos aspectos relativos à estrutura nuclear e eletrônica dos átomos
;
temas mais complexos do ponto de vista histórico. Neste artigo pretende-se mostrar que há um outro tema histórico que pode ser apresentado aos estudantes sem grandes dificuldades: é o desenvolvimento das teorias ácido-base no século XXa. Além do lado histórico
;
é interessante que se discuta também alguns aspectos da disciplina denominada Filosofia da Ciência
;
que procura estudar as Ciências em seus aspectos filosóficos: lógico
;
epistemológico
;
estético
;
ético etc.. A Filosofia da Ciência procura também determinar se um dado conhecimento pode ser considerado científico ou não. Esta questão
;
que está longe de ser resolvida satisfatoriamente
;
é muito importante
;
face ao marcante impacto das ciências nas atividades humanas nos últimos duzentos anos. É comum ver na mídia expressões do tipo: "
;
...foi cientificamente provado que o creme dental X combate as cáries.."
;
.. Da mesma forma como se apela aos recônditos desejos humanos do sexo
;
do poder etc.
;
para se incrementar o consumo de alguma coisa
;
apela-se também para a Ciência
;
tendo em vista justamente sua importância adquirida nestes últimos tempos. Isto por si só já justifica o estudo da Filosofia da Ciência. Para se procurar uma caraterização da Ciência
;
a Filosofia utilizou (e utiliza) muito da História da Ciência
;
procurando analisar a produção do conhecimento tido como científico e verificar o que ele tem de comum e no que ele difere de outros tipos de conhecimento. Esta análise
;
de caráter mais lógico e epistemológico
;
acabou por mostrar que não existe propriamente alguma coisa que se pode chamar de "
;
método científico"
;
comum às Ciências maduras (Física
;
Química e Biologia)
;
e mostrou
;
por outro lado
;
a importância das teorias na gênese deste conhecimento. Esta importância epistemológica das teorias é um dos raros pontos de consenso entre os filósofos da ciência. Por teoria entende-se aqui
;
em uma primeira aproximação
;
um conjunto de conhecimentos devidamente organizados que procura ordenar
;
unificar
;
explicar
;
interpretar etc.
;
um certo domínio de fenômenos ou acontecimentos. Na realidade a teoria é alguma coisa nova
;
qualitativamente diferente do simples arranjar desses fatos. Porém
;
os filósofos da Ciência ainda estão longe de um consenso na maioria dos outros pontos. De algumas décadas para cá
;
surgiu também uma abordagem diferente
;
denominada "
;
sociológica"
;
que procura caracterizar também a Ciência como uma atividade humana
;
estudando a gênese do conhecimento através das relações entre aqueles que são reconhecidamente considerados "
;
cientistas"
;
pela sociedade
;
a estrutura dos grupos que estes formam etc. Parece que a abordagem conjunta destes vários aspectos
;
filosóficos e sociológicos
;
tem sido a mais promissora
;
quando eles convergem
;
para a caracterização da Ciência. Esta parte da caracterização da Ciência
;
em geral
;
não será desenvolvida neste artigo. Para mais detalhes o leitor pode consultar as referências citadas
;
que foram selecionadas menos pela sua abrangência
;
mais por ser
;
em sua maioria
;
em língua portuguesa e portanto mais fácil de ser encontradas em bibliotecas e livrarias1-4. Voltando-se à questão do creme dental e partindo-se do princípio de que o mesmo foi realmente testado no combate às cáries
;
estes testes podem ser considerados científicos ou não. Que critérios se pode adotar para tal? A resposta a esta questão passa pela caracterização do que é um conhecimento científico. Como já foi dito isto não é uma tarefa fácil e no presente caso qualquer tentativa de resposta é inócua
;
uma vez que não sabemos realmente como foram feitos os testes. No entanto uma anedota serve para o leitor pensar no assunto: Um certo cientista realizava
;
em seu laboratório
;
experiências com aranhas. Tomou de uma delas
;
colocou-a sobre a mesa e disse em bom tom: "
;
Anda"
;
. E a aranha saiu andando. Pegou-a
;
cortou uma de suas pernas e colocou-a de novo sobre a mesa e tornou a dizer: "
;
Anda"
;
. E a aranha saiu andando
;
meio mancando. Procedeu da mesma maneira com a segunda perna
;
com a terceira
;
até a sétima
;
sendo que a aranha ainda conseguia mover-se. Após cortar a oitava disse mais uma vez: "
;
Anda"
;
. E a aranha não andou. Concluiu então: "
;
Aranha sem pernas não ouve"
;
. Os aracnologistas dizem que as pernas das aranhas são realmente sensores de vibrações muito sensíveis. Obviamente há alguma diferença entre sentir vibrações
;
e ouvir. Principalmente em ouvir um imperativo como "
;
anda"
;
. Muitas "
;
pesquisas científicas"
;
são como esta
;
às vezes publicadas em revista de prestígio internacional
;
e até divulgadas pela mídia.  
;
CARACTERÍSTICAS DE UMA "
;
BOA TEORIA"
;
Mencionou-se acima a importância das teorias na Ciência. Como porém elas se comportam do ponto de vista do desenvolvimento histórico? A Ciência tem um caráter progressivo e as teorias vão se sucedendo
;
as "
;
velhas"
;
dando lugar às "
;
novas"
;
. Costuma-se dizer que uma teoria ruim é suplantada por uma teoria boa. Como se realiza este processo? Quando uma teoria é aceita por uma comunidade de cientistas? Em outras palavras
;
quando uma teoria é "
;
boa"
;
ou "
;
ruim"
;
? As características de uma boa teoria é o que se pretende mostrar aqui
;
neste artigo
;
e obviamente a teoria que não satisfizer estes critérios será uma teoria ruim. As idéias aqui apresentadas são uma síntese de várias visões sobre este assunto
;
existentes na literatura
;
e procurou-se realçar mais o aspecto didático
;
na História da Química
;
que propriamente o aspecto filosófico
;
apresentando-se uma visão esquemática e parcial do tema. Pode-se considerar que uma teoria é "
;
boa"
;
quando satisfaz a três características: C-1. Ordena e explica os fatos de seu domínio. Uma teoria tem dois aspectos. Um deles meio oculto
;
não explicitado
;
que considera um conjunto de fatos e não outros. É como se fosse um critério de classificação
;
separando de todos os acontecimentos que se sucedem
;
aqueles que vão interessar. Muitas concepções já estão na base deste aspecto
;
permitindo que um dado fato seja visto de uma determinada maneira e não de outras. O outro aspecto da teoria é o mais explícito
;
mais evidente
;
mais racional inclusive
;
que procura inicialmente classificar
;
ordenar os fatos de seu domínio (aqueles previamente selecionados)
;
de acordo com critérios definidos
;
claros
;
e estes critérios muitas vezes se confundem com um corpo de princípios que compõe a própria teoria. Após deixar bem claro e mapeado o domínio dos fatos tratados
;
a teoria procura então explicar os fatos através de algum esquema
;
mecanismo
;
modelo
;
metáfora etc. Não vamos detalhar o significado disto
;
o que não importa no momento. O que importa é que a teoria possa explicar
;
mostrar racionalmente uma relação de causa e efeito entre as entidades ou conceitos relativos aos fatos que ela ordenou em seu próprio domínio. C-2. Propõe problemas. Como a Ciência é progressiva
;
está sempre crescendo
;
uma boa teoria deve contribuir para isto
;
alimentando os cientistas com problemas que possam ser resolvidos em seu âmbito. Por exemplo
;
a teoria atômica proposta por Dalton
;
considerava que as relações entre as massas dos elementos encontradas na análise química eram também as relações entre os pesos atômicos. A determinação acurada destes foi um dos problema mais importantes na Química do século XIX. Dentre os problemas que uma teoria pode propor
;
um tipo muito importante são aqueles que estão prevendo fatos novos
;
no âmbito da própria teoria
;
é claro. São as chamadas previsões. Estes fatos
;
quando encontrados
;
não apenas contribuem para este lado progressivo
;
mas corroboram
;
testificam a teoria. Muitos acham que este poder de previsão é uma das maiores forças da Ciência. Por exemplo
;
quando Mendeleiev apresentou sua Classificação Periódica
;
ele previu
;
com base na mesma
;
a existência de três novos elementos e sua posterior descoberta mostrou a importância e a certeza da Classificação. C-3. Ser prática
;
simples
;
funcional. As teorias são para serem usadas. Se elas não atenderem a estas características não serão usadas para explicar
;
para resolver problemas
;
para prever. Elas também devem utilizar conceitos condizentes com sua época. Explicações "
;
avançadas"
;
para o seu tempo não têm utilidade. Por outro lado
;
muitas teorias já foram abandonadas por não explicarem satisfatoriamente os fatos de seu domínio
;
porém sua linguagem
;
seu esquema de raciocínio ainda permanecem em uso devido a esta funcionalidade. Por exemplo
;
a teoria do calórico
;
ou seja
;
a teoria que considera o calor como um fluido imponderável que se transfere para os corpos com diferentes temperaturas
;
foi abandonada após a primeira metade do século XIX. No entanto as equações de Fourier
;
concebidas dentro desta teoria e que permitem cálculos de transferência de calor
;
estão em uso e
;
em Nutrição
;
a concepção das "
;
calorias ingeridas nos alimentos
;
e que são queimadas"
;
ainda é de uso corrente. No vocabulário químico há palavras da época medieval: pureza
;
sublimação etc. (ver o item Origem de Alguns Termos e Alguns Fatos Históricos Importantes). Outras características podem ser acrescentadas
;
porém
;
como já foi mencionado
;
não é nosso intento fazer uma "
;
teoria das teorias"
;
mas apenas fornecer um esquema didático para ser utilizado por professores e estudantes. Enquanto uma teoria for "
;
boa"
;
ou seja
;
satisfizer as características acima
;
ela permanece em uso
;
podendo ser deixada de lado quando estas características tendem a diminuir. A maneira como uma teoria é apresentada e divulgada é também importante
;
principalmente por sua presença nos textos didáticos. O "
;
polimento"
;
dado à mesma pelos professores
;
geralmente contribui para um aumento de C-3. Vale a pena lembrar uma afirmação de Einstein: "
;
A marcha da Ciência é mais determinada pelos autores dos livros didáticos que pelo trabalho daqueles que ganharam o prêmio Nobel"
;
5.  
;
AS TEORIAS ÁCIDO-BASE: O QUE SIGNIFICAM Como será visto mais adiante
;
o que se pode chamar de comportamento ácido-base foi reconhecido há muito tempo. Desde que isto ocorreu os químicos têm elaborado teorias que procuram explicar este comportamento. Essas teorias procuram definir o que seja um ácido e uma base e como reagem
;
além de outros aspectos que podem ser considerados secundários. O interessante é que atualmente
;
segundo algumas teorias
;
grande parte das substâncias conhecidas apresentam este comportamento
;
o que torna o tema interessante e fundamental também para o estudo da Química. Do ponto de vista histórico este tema
;
a nosso ver
;
apresenta as seguintes vantagens: As partes de seu desenvolvimento
;
que serão destacadas
;
ocorreram neste século
;
o que traz menos dificuldades no que se refere ao entendimento do contexto cultural da época. Tem um desenvolvimento praticamente linear com o tempo (caso raro)
;
o que facilita muito o seu entendimento. Pode ser correlacionada facilmente com a parte química propriamente dita
;
inclusive na parte experimental. Permite discutir
;
com certa facilidade
;
o desenvolvimento das teorias científicas
;
inclusive nos aspectos lógicos e filosóficos
;
se isto for o caso. Permite mostrar que a Química é a associação de uma teoria e uma prática
;
ou seja
;
um pensar em termos moleculares e um proceder empírico
;
fenomenológico
;
pois um mesmo fato pode ser interpretado de vários pontos de vista. Cabe aqui também um parêntese a respeito do que estamos chamando de teorias ácido-base. Alguns autores preferem dizer definição
;
ao invés de teoria
;
pois em alguns casos tem-se definições do que seja um ácido e uma base dentro de uma teoria mais geral
;
como as definições de Arrhenius dentro de sua Teoria da Dissociação Eletrolítica6. Estes autores não deixam de ter razão
;
porém a nosso ver a simples definição tornou-se algo muito mais amplo com o passar do tempo
;
da mesma forma como determinadas hipóteses (como a hipótese de Avogadro) acabaram até por se tornar fatos
;
apesar de muitos ainda continuarem utilizando o nome de batismo. Utilizaremos a denominação de teoria para englobar a definição de ácido e base e o conjunto de idéias
;
conceitos
;
procedimentos
;
experimentais inclusive
;
etc.
;
inerentes à própria teoria. Esta visão corresponde ao conceito de teoria apresentado na Introdução deste artigo. Serão
;
a seguir
;
apresentados: origens de alguns termos e alguns fatos importantes antes do século XX
;
aspectos gerais do desenvolvimento das teorias ácido-base neste século
;
um breve sumário de cada uma das teorias
;
aspectos lógicos e filosóficos das mesmas.  
;
ORIGENS DE ALGUNS TERMOS E ALGUNS FATOS HISTÓRICOS IMPORTANTES Alguns dos termos que se utilizam ainda hoje têm sua origem na Antiguidade: ÁCIDO: do latim acidus
;
a
;
um
;
significando azedo
;
ácido7. ÁLCALI: do árabe al qaliy
;
significando cinzas vegetais6. SAL: do latim sal
;
salis
;
significando sal marinho. Para Plínio
;
o Velho (sec. I DC)
;
o sal é o sólido resultante da evaporação da água
;
o que obviamente inclui o sal marinho
;
e também outros materiais que podem ser assim obtidos. BASE: termo mais recente
;
introduzido pelo francês Duhamel du Monceau em 1736
;
sendo depois adotado e popularizado por G. F. Rouelle (1754)6. Plínio
;
o Velho
;
o célebre naturalista romano supracitado
;
menciona
;
em seus escritos
;
a caustificação da soda
;
ou seja
;
a reação entre o carbonato de sódio natural (conhecido por natron
;
e hoje denominado vulgarmente de soda ou barrilha) e a cal (hidróxido de cálcio)
;
em solução aquosa
;
precipitando carbonato de cálcio e ficando uma solução de hidróxido de sódio (a vulgar soda cáustica)7. A equação representativa é: Na2CO3(aq) + Ca(OH)2(aq) = CaCO3(s) + 2 Na(OH)(aq) (1) Robert Boyle
;
em 1664
;
publica
;
na Inglaterra
;
o livro "
;
Experimental History of Colours"
;
onde relata seu trabalho com as substâncias coloridas
;
cujas cores se alteram com a presença de ácidos ou álcalis. Dentre as substâncias que ele estuda estão o tornassol e o corante vermelho extraído do pau-brasil (Brazilwood). Interessante é que Boyle apresenta
;
também
;
resultados obtidos por estudiosos do século anterior8. No século XVII
;
já se conhecia a reação: ácido + álcali = sal (2) tendo sido utilizada
;
por exemplo
;
por Glauber para preparar vários compostos9. Em 1754
;
Rouelle
;
conforme mencionado acima
;
começa a utilizar o termo base
;
significando os álcalis (Na2CO3
;
K2CO3
;
NaOH)
;
as terras (CaO
;
MgO) e os metais (Fe
;
Zn). As terras eram também denominadas cales ou cais (cal no singular)6. Conseqüentemente passou a se ter: ácido + base = sal (3) W. Homberg
;
em 1699
;
realiza as primeiras tentativas de medir as quantidades relativas de ácidos e bases
;
porém somente em 1729
;
C. Geoffroy realiza a primeira titulação (soda
;
Na2CO3
;
com vários tipos de vinagre). W. Lewis
;
em 1767
;
utiliza pela primeira vez um indicador em uma titulação6
;
8. Como parte de seu Sistema do Oxigênio
;
que englobava também uma teoria da combustão
;
A. Lavoisier
;
em 1789
;
afirmava que "
;
o oxigênio é o princípio acidificante"
;
. Em outras palavras
;
dizia que todo ácido deveria ter oxigênio. Entretanto
;
já nesta época
;
C. Berthollet (1787)
;
e depois H. Davy (1810)
;
descreveram vários ácidos que não apresentavam o oxigênio: HCN
;
H2S
;
HCl etc.6. É interessante destacar aqui duas afirmações feitas no século XIX: A. Ure
;
em 1823: "
;
...não há um princípio [elemento] acidificador
;
nem critério absoluto da escala de força entre os diferentes ácidos ... [acidez e alcalinidade dependem mais] do modo como os constituintes estão combinados que da natureza dos constituintes em si"
;
6. J. Liebig
;
em 1838: "
;
ácidos são compostos de hidrogênio
;
nos quais o hidrogênio pode ser substituído por metais"
;
6. Estas duas posições irão permear as discussões ácido-base no século XX
;
a de Ure
;
afirmando que o comportamento ácido-base é algo dependente do modo que os elementos estão combinados
;
da estrutura
;
como se diria hoje
;
e a de Liebig
;
atribuindo a um dado elemento
;
o hidrogênio
;
este comportamento ácido-base. O séc. XIX marca também o desenvolvimento da Teoria Molecular e este conceito de Liebig é o que prevalece. Por que prevalece este conceito e não o de Ure? Estou certo que o leitor encontrará a resposta após a leitura deste artigo. Estes aspectos da química ácido-base foram apenas para servir de preâmbulo ao que nos interessa. Muitos aspectos históricos e químicos interessantes foram deixados de lado.  
;
ASPECTOS GERAIS DAS TEORIAS ÁCIDO-BASE NO SÉCULO XX
;
DOI : 10.1590/S0100-40422000000100023
学科分类:化学(综合)
来源:
Sociedade Brasileira de Quimica
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